sexta-feira, 14 de abril de 2017

AS LIÇÕES DAS 13 RAZÕES:


Como me senti vendo os 13 episódios da série? Angustiada, mas esperançosa. Por que em se tratando dos adolescentes, nós, adultos, temos muito ainda há fazer...
Respeitando opiniões contrarias, acredito que nossa visão tem que ir muito além da sombra que circunda o suicídio e questionarmos todo o universo que circunda o adolescente moderno.
Acredito que algumas das lições das 13 razões de Hannah são:
CARÊNCIA DE APROVAÇÃO E ACEITAÇÃO
É preciso uma série como essa para que possamos enxergar que, inseridos no contexto atual, todo ser humano moderno clama por uma “curtida” ou um elogio que nos valorize? Todos os adolescentes tantos agressores quanto agredidos estão em busca de VALOR e nessa busca que eles embasam seus comportamentos. Mas realmente este valor vem do outro?  Lembra do saquinho de elogios na sala de aula de Hannah?
A CULPA PELA FALTA DE TEMPO
Por que não abracei, por que não disse “eu te amo”, por que não fiquei mais próxima, por que não conversei sobre o que ela estava sentindo, por que não li as poesias que ela escrevia? Onde estava que não percebi que ela estava triste? Atire a primeira pedra quem nunca sentiu isso!
DESRESPONSABILIZAÇÃO
Como é difícil nós responsabilizarmos pela nossa própria dor. Fica menos difícil se responsabilizar 13 pessoas? Faça exercício e perceba qual o resultado final. O problema é sempre o outro? A culpa é sempre do outro?
A FALTA DE EMPATIA
Vamos fazer um exercício de empatia e nos colocarmos no lugar dos adolescentes de hoje? Bullying, questionamentos sobre orientação sexual, fidelidade na amizade, drogas, desestrutura familiar, abandono, relacionamentos abusivos, ausência de orientações e limites, dúvidas sobre o futuro,  insegurança, timidez,  abuso do álcool, exposição da intimidade nas redes sociais...
O ACESSO ILIMITADO  A INFORMAÇÃO
Quantos filmes tão mais fortes quanto essa série nossos adolescentes já assistiram?
Quanta informação sombria (que desconhecemos) gira em torno de nossos adolescentes via rede sociais e watsapp?
Quantas blogs pessoais ensinam a como ser anoréxica, bulímica, como se cortar (mutilar), como se matar?
 Não há mais qualquer forma de restringir a informação, é importante saber o que fazer com ela. Será que eles sabem? Se eles não sabem, quem restringe?
FRAGILIDADE PSÍQUICA
Sim...Hannah era frágil...Baixa tolerância a frustração. Carência de aceitação.  Queria que as coisas acontecessem como ela pensava: queria que seu par romântico falasse o que ela queria ouvir. A estrutura da nossa árvore está diretamente relacionada com a profundidade de nossas raízes. As orientações  familiares são importantes aspectos na formação da personalidade.
AS INTERVENÇÕES DA ESCOLA
Fazer cartazes sobre suicídio, falar sobre bullying em sala de aula é suficiente? Resolve? Ajuda?
Onde está a EDUCAÇÃO para a vida? Onde está a ESPIRITUALIDADE? O professor pode pausar o conteúdo para ter uma conversa FRANCA e ABERTA com os alunos?
Os conselheiros e orientadores escolares estão com seus ouvidos atentos aos pedidos de socorro dos alunos?
O conselheiro de Hannah foi o 13º culpado pois não a ouviu nas entrelinhas o seu sofrer.(ps:o telefone do conselheiro não parava de tocar).  
Há um serviço destinado ao acolhimento e escuta psicológicos dentro da escola. Se não há, a escola encaminha para tratamento psicológico ou psiquiátrico? Informa os pais sobre os comportamentos atípicos dos filhos?
PASSIVIDADE E CARÊNCIA DE LIMITES
Sim, pais...Muitas vezes o que seu filho está pedindo é somente um NÃO!
A série foi toda permeada por uma passividade (anestesia) ou ausência dos responsáveis.
É preciso CONTER seus filhos.  Hora pra voltar, hora de jogar...O Não estrutura!
Mas, antes do NÃO, ouça ele!
A IMPORTÂNCIA DE ‘CHOCAR PARA TRANSFORMAR’
Em nosso universo particular, muitas vezes há a necessidade que aconteça algo muito intenso ou grande para que tomemos uma atitude com relação a situação. Essa série chocou muitas pessoas, e serviu de um grande despertador para acordar para NOSSA cruel realidade... Onde o ter vale mais que o ser, onde todos parecem estar mais felizes que você, onde há mais agressores do que pacificadores, onde a competitividade e o poder imperam, onde há corrupção livre, burlam as leis e onde não há tempo para o AMOR. Talvez o que choque seja a extrema semelhança com o que estamos vivenciando...
Mais ainda questiono:
Todos adolescentes são Hannah?
Todos os pais são os pais de Hannah? Mantenedores, mas passivos?
Toda escola é a escola de Hannah?
Todo conselheiro escolar é o mesmo que o da jovem?
Pode ser ingenuidade ou excesso de esperança...acredito que NÃO!
Quem poderá responder, com propriedade, são os próprios adolescentes.
Vamos ouvi-los?
Vamos dar voz a eles?
Vamos conversar?
Vamos falar sobre isso?
Está lançado o convite!




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