sábado, 26 de agosto de 2017

UM ABRAÇO...

Qual foi a distancia que tomamos, que não nos tocamos mais?
Por que nos afastamos tanto?
O que tememos numa relação?
Será que tememos a nossa própria natureza humana? Temos medo de quem podemos ser ou nos tornar?
Onde perdemos nossa espontaneidade afetiva?
O afeto precisa ser solicitado?
Um abraço, eu só queria um abraço...
Um pedido muito ouvido no ambiente terapêutico...
Pacientes das mais variadas idades, independente do sexo, com suas diferentes questões reclamam por afeto.
Até quando alimentaremos os sintomas da sociedade líquida e nos deixaremos morrendo de fome de amor?
Um abraço, por favor, um abraço!



terça-feira, 15 de agosto de 2017

A CAIXINHA DE LENÇOS

Quantas histórias ouviram, quantas lágrimas secaram os lenços da caixinha do terapeuta?
Quantas vezes aquele lenço foi dobrado diversas vezes por ansiedade?
Quantas vezes ele foi amassado com tanta dedicação e agressividade a ponto de reduzi-lo a uma insignificante bolinha.
Quantas vezes ele se desfez no rosto úmido das emoções desesperadas e da dor transbordante?
Quantas vezes ele secou carência, falta de amor, decepções, dor no corpo, o nascer, o morrer e o renascer?
Quantas vezes levamos na bolsa ou no bolso o lenço da terapia e quando o reencontramos ele e nos relembra todos os conteúdos trabalhados em sessão.
Todos eles ficam ali, dentro da caixinha, em cima da mesa, mostrando-se a disposição para quando necessitarmos.
Ele escuta calado, mas quando age é acolhedor.
Ah, o lenço do terapeuta...é uma permissão para sermos frágeis e é um abraço quando mais precisamos.
Ele diz, docemente: pode chorar, estou aqui!

Acolho sua dor, desde que você a
acolha primeiro!