Você
já PAROU PARA PENSAR que são nos momentos de espera que ou observamos e
refletimos sobre a vida alheia (julgamos também) ou adentramos nosso mundo
interior?
Convido
você a sentar num banco de rodoviária ou da praça, parar no semáforo, ficar
numa fila de banco... PARADAS obrigatórias (somos obrigados a parar) para nos
colocar no lugar do outro ou julgá-lo. Até então, olhamos para fora, tarefa
menos árdua do que olhar pra dentro.
Jung
(psiquiatra e psicoterapeuta suíço fundador da psicologia analítica ou
junguiana) já dizia ‘quem olha pra fora sonha, quem olha pra dentro ACORDA!’ Ouvindo
meus pacientes e vivenciando o meu próprio processo, acredito que uma das
paradas que causa mais ‘turbilhão interior’ é na sala de espera da terapia. Já ouvi muitas vezes: “estava ali na sala de
espera e fiquei pensando...”
São
naqueles minutinhos (às vezes, segundos) que antecedem a sessão que vários
questionamentos povoam nossa mente: O que eu vou falar sobre mim? Como estou?
Como gostaria de estar? Estou agindo certo? Vou falar de novo a mesma coisa,
não saí do lugar? Ainda não conseguir resolver isso ou aquilo? Por que sou
assim? De repente: a (o) terapeuta chama seu nome e o que você vai falar na
sessão nem sempre tem relação com toda aquela tempestade mental, mas você
RECOBROU A CONSCIÊNCIA sobre si mesmo. E é na sessão de terapia que o caos se
torna cheio de significado. Como dizia Marrion Woodman (analista junguiana
canadense): “a consciência nem sempre resolve o problema, mas torna o
sofrimento significativo”.
Você
percebe como a correria do dia a dia nos impede de pensar em nós? Ela é uma grande
aliada para nosso raso autoconhecimento, ou seja, CONSCIÊNCIA sobre nós, nossos
comportamentos, sentimentos e pensamentos. Aliás, ela está sempre no primeiro
lugar do hanking de ‘motivos (ou desculpas) para não fazer terapia’: falta de
tempo. Sabemos, na verdade, que a falta
de tempo mascara uma grande resistência que a grande maioria das pessoas tem de
mergulhar nesse mar profundo feito de si mesmo, ora obscuro e sombrio, ora
límpido.
Eis a
grande questão: É necessário OBRIGAÇÃO para parar e pensar em si? Enquanto elas
forem externas (esperas na rodoviária, praça, semáforo, terapeuta, etc) está
tudo bem. E quando forem paradas causadas pelo corpo devido ao stress, doenças
psicossomáticas, depressão, estafa, colapso? Mais cedo ou mais tarde você será
‘obrigado’ a parar e rever sua atuação na vida. Então, que não precisemos de um
grande alerta para ouvirmos a nós mesmo.
Não
seja obrigado, faça escolhas! Reserve um tempo para si. A psicoterapia é um
lugar de escuta, onde você ESCOLHE parar para analisar como está conduzindo sua
vida. Podemos nos ouvir também em uma atividade física feita com consciência,
meditação e em momentos de silencio interior. A dica é: independente de fazer ou não
terapia, se coloque na sua agenda!
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