quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O QUE VOCÊ SENTE POR VOCÊ?


O que você sente por você?
Amor?
Nojo?
Raiva?
Ódio?
Pena?
Saiba que o sentimento que você direciona a si mesmo define o grau de sua estima.
A auto estima é o conceito que se tem de si mesmo, o julgamento que fazemos dos nossos atos, do nosso corpo, dos nossos sentimentos e comportamentos. É o valor que se dá a si mesmo e a forma como tratamos a nós próprios
Quando se diz que o “fulano” está com a auto estima alta é por que ele se ama, ou seja, ele se agrada, se trata bem, trata bem seu corpo, pensamentos e prioridades. Mas, quando não nos amamos, queremos agradar mais aos outros do que à nós, com o objetivo de sermos aceitos pelo outro, rastejamos implorando por amor. Nesse sentido, abrimos mão de nossas prioridades, mal tratamos nosso corpo e nossa alma, não valorizamos nossos pensamentos e sentimentos. E a partir desses sentimentos negativos que começamos e entrar num ciclo vicioso de boicotes e auto-sabotagens, travando uma verdadeira guerra consigo mesmo.
Para quem não se ama, qualquer migalha está bom. Isto é, começamos a mendigar amor e valor, queremos que o outro nos dê aquilo que não conseguimos nos dar. Nesse sentido, a carência excessiva pode ser um sintoma de baixa auto estima. Pessoas com baixa auto-estima tem dificuldade de receber um elogio, não conseguem ver que são belas, nem por dentro, nem por fora e falam “tudo de errado acontece comigo” . Repetir queixas: “ Ele me dá pouca atenção!” ou “Ninguém olha pra mim” é sintoma de uma doença perigosa: a falta de amor próprio
Quem não se ama, não gosta de ficar em sua companhia, por isso exige e, muitas vezes, “obriga”, quase sempre por meio de chantagens, os outros (namorada (o), pais, amigos, etc) a estarem constantemente perto.
Tratar a falta de amor por si é um grande desafio e um trabalho árduo para os profissionais psicólogos pois as pessoas que tem dificuldade de se amar se boicotam constantemente. Tudo isso acontece por que não sabemos ouvir a nós mesmos e identificar nossas reais necessidades. Ouvir a alma é saber qual é nossa intenção básica, o que buscamos no ato de existir. Estar em paz consigo mesmo seria um dos principais e mais importantes objetivos de nossa vida. Por isso se namore antes de namorar, se valorize para ser valorizado e ofereça a você mesmo tudo aquilo que gostaria outra pessoa lhe desse: amor, carinho, proteção, colo, conforto, aconchego! E nunca esqueça: Somos tratados como nos tratamos !

FELIZ AMOR –PRÓPRIO!

Encerro este artigo com uma música que é uma GRANDE reflexão :

Há quanto tempo eu vinha me procurando

Quanto tempo faz, já nem lembro mais

Sempre correndo atrás de mim feito um louco

Tentando sair desse meu sufoco

Eu era tudo que eu podia querer

Era tão simples e eu custei pra aprender

Daqui pra frente nova vida eu terei

Sempre a meu lado bem feliz eu serei


Eu me amo, eu me amo

Não posso mais viver sem mim
Como foi bom eu ter aparecido

Nessa minha vida já um tanto sofrida

Já não sabia mais o que fazer

Pra eu gostar de mim, me aceitar assim

Eu que queria tanto ter alguém

Agora eu sei sem mim eu não sou ninguém

Longe de mim nada mais faz sentido

Pra toda vida eu quero estar comigo

Foi tão difícil pra eu me encontrar

É muito fácil um grande amor acabar, mas

Eu vou lutar por esse amor até o fim

Não vou mais deixar eu fugir de mim

Agora eu tenho uma razão pra viver

Agora eu posso até gostar de você

Completamente eu vou poder me entregar

É bem melhor você sabendo se amar!!!

ULTRAJE A RIGOR- EU ME AMO

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

ANSIEDADE: lutando contra o tempo!


De onde vem a ansiedade?

A ansiedade é um estado natural do ser humano. Ela pode ser considerada uma doença quando em excesso. Na pré-história, o homem das cavernas quando deparava-se com um animal muito feroz, desenvolvia alguns sintomas como a dilatação da pupila, a aceleração do coração, suor excessivo e apresentava um mecanismo que, hoje ainda desencadeamos que é o mecanismo de ataque ou fuga. Ou tu atacas o desafio, ou tu foges dele. Hoje, quando o homem se depara a um grande desafio é ativado internamente esse mecanismo, e tanto o ataque quanto a fuga a esse desafio gera ansiedade, o que difere é a sua intensidade.
Por isso a ansiedade, em princípio é positiva. Em excesso é prejudicial, como esses sintomas citados e além desses, dores de cabeça, nó no estômago e aperto no peito.

Falaste do lado negativo da ansiedade e as consequências que apresenta. Levantaste a questão do lado positivo dessa ansiedade. Até onde é positivo e o que há de bom nessa ansiedade?

A ansiedade em grau moderado é aquele empurrãozinho que a gente precisa para realizar as coisas. Assim como o estresse, as pessoas precisam de um pouco de ansiedade para ter motivação. A ansiedade motiva frente a um desafio. Quando a pessoa tem um grande desafio, precisa sempre de um empurrão, para não paralisar-se e, o excesso de ansiedade, pode ser considerado medo e insegurança, ou seja, ansiedade paralisante.
Quando a pessoa atravessa a rua, precisa ter uma certa segurança, olhar para os dois lados, conseguir atravessá-la. E, quando a pessoa é ansiosa ao extremo, acaba paralisando-se e não atravessa para a rua. A pessoa que apresenta um certo grau de ansiedade positiva, é aquela pessoa que consegue enfrentar o desafio e pensa: “Eu vou atravessar a rua, olhar para os dois lados”. Essa pessoa consegue.
O excesso de ansiedade é a Síndrome do Pânico que pode ser considerada como um grande medo. O medo de morrer, o medo do desafio, o medo de sair de casa. Isso é a ansiedade negativa.

Falaste que a Síndrome do Pânico é ansiedade em excesso? Como isso ocorre?

Sim. A Síndrome do Pânico é o grau maior da ansiedade e mora lá no final da ansiedade. A pessoa vai ficando cada vez mais ansiosa e potencializando os sintomas e sensações que culminam no medo de sentir medo, o medo do medo, a pessoa fica sempre em estado de alerta, ela fica pensando que algo ruim pode acontecer. Quando o telefone toca ela sempre espera uma notícia ruim. Em alguns casos pode haver pensamentos de morte e outros pensamentos negativos. Mas na maioria das vezes, tudo gira em torno da morte.

Tudo gira em torno da morte? Por quê?

Alguns pensadores estudiosos falam que a Síndrome do Pânico é o medo de viver, de que alguma coisa possa acontecer sempre porque, ele sempre está ligado ao futuro, nunca ao presente.
Por exemplo uma pessoa que vive em torno da sua morte dela. Pode estar com 80 ou 20 e poucos anos e pensar: “Se eu morrer e não tiver ninguém para me socorrer?” Então ela vive o futuro, nunca aproveita o presente que é a vida dela hoje. Nesses casos costumo trazer a tona a consciência dentro do próprio setting terapêutico e dizer: “Tu estás aqui, tens uma hora comigo. Foques aqui, aproveites o teu tempo comigo!”
O ansioso está sempre no futuro e isso faz com que a Síndrome do Pânico seja assim, em grau muito elevado. Ele sempre pensa que vai morrer. Todos nós vamos morrer, mas essa questão de aproveitar a vida para o ansioso fica muito difícil. Tanto que ele tem muita resistência em relaxar, sair e aproveitar. Tem dificuldade de deitar em uma cama e descansar. O ansioso está sempre ligado na tomada, inclusive quando dorme. Sonha muito, tem muito pesadelo. A insônia muitas vezes o atinge de forma drástica. Ele não consegue dormir e, muitas vezes troca o dia pela noite. Principalmente as pessoas que tem Síndrome do Pânico, sofrem de insônia por medo que algo aconteça, então acabam dormindo durante o dia, quando todos estão acordados.

E o contrário disso... Aproveitar a vida em demasia é saudável?

Eu sempre costumo dizer que tudo o que é em falta ou em excesso nos prejudica. Na questão do comportamento, aproveitar demais também não é bom porque, a pessoa fica só naquela euforia da vida, da noite, das festas, das outras pessoas. Acaba esquecendo dela, dos compromissos, das responsabilidades, da questão de estrutura da nossa vida, do trabalho. As pessoas que aproveitam demais, acabam adquirindo e desenvolvendo indisciplina, irresponsabilidade para algumas coisas. Tudo tem um meio termo e, a psicologia existe para isso. Na terapia, trabalhamos no sentido de encontrar um meio termo, de não ir para um extremo e aproveitar tudo da vida com excesso de intensidade, ou, não aproveitar nada no mundo e não permitir-se. Então entra a questão da terapia, para buscar o equilíbrio. É doentio sim a pessoa aproveitar demais. Existe até aquela história da formiga e da cigarra. A formiga passa o ano inteiro trabalhando, e a cigarra cantando. Qual está certa? Um meio termo. Nem a cigarra e nem a formiga.

Existem as pessoas que são viciadas em trabalho, os chamados de “workaholics”. Isso também está ligado à ansiedade?

O workaholic é um ansioso nato porque, está muito dedicado ao trabalho. Não consegue relaxar e está direcionado só ao trabalho porque, o que está na essência de tudo isso? A questão do social que pede: Trabalhe, Cresça, Destaque-se. E o Workaholic pensa assim: “Bom, vou dedicar-me 24 horas ao trabalho, para eu crescer, para eu ver-me, para alguém valorizar-me porque, é assim que está o mundo”. Hoje o ser humano tem de trabalhar, tem de dedicar-se ao extremo para que as pessoas o vejam.
O indivíduo está sedento de um olhar. A maioria faz qualquer coisa para ser visto. Os programas de televisão sensacionalistas, as mulheres aparecendo semi nuas na TV porque, no fundo está na essência uma eterna carência, e aí está a raiz de algumas das patologias modernas. O ser humano está carente de atenção porque fica focado em coisas concretas e não em coisas essenciais da nossa pessoa, como a espiritualidade, a questão familiar, a integridade e o autoconhecimento. Hoje em dia, poucas pessoas estão focadas a essas essências. Focam muitas vezes somente no trabalho. Se tu fores analisar, a maioria das pessoas que tu encontras, elas estão voltadas à questão material, às metas que elas tem de alcançar a qualquer custo. Tu perguntaste sobre os workaholics, e há também as pessoas que tem fobia de férias. Elas não conseguem tirar férias, ou quando tiram, levam o notebook, levam o livro da faculdade para ler. Elas não conseguem relaxar, e então a fobia das férias atrapalha o período que deveriam estar descançando. Pensam que, se aproveitarem aquelas férias, vão perder o trabalho de um ano inteiro. Não permitem parar um tempo. Pensam que precisam continuar. Então entram em um ritmo tão radical que sentem-se culpadas ao encarar o relaxamento. Isso acarreta em problemas físicos, emocionais, potencializando a ansiedade para a Depressão, Síndrome do Pânico ou até mesmo uma Estafa Mental, que é um esgotamento.
Os ansiosos sofrem muito de Estafa Mental. Eles esgotam-se, perdem a memória, não pensam direito, sentem-se muito cansados e, esse é o grau final.


Como profissional, o que tu presencias no consultório de mais pesado em relação à ansiedade?

Eu considero a dificuldade de aproveitar o presente. Esse é o mais pesado porque, a pessoa fica adiando a felicidade. Espera para quando emagrecer, quando estiver viajando, e muitas vezes não alcança. Ela não aprendeu a lidar com as frustrações e ser feliz naquele presente, naquela situação. Então surge um outro problema, porque ela não emagreceu ou não realizou aquela viagem. Esse adiamento da felicidade, de não ser feliz no agora com o mínimo que se tem, com o namorado que tem, com o corpo que se tem, com o dinheiro que se tem, para o ansioso é impossível isso. Ele sempre está adiando a felicidade. Isso é o mais pesado em relação ao comportamento do ansioso porque, ele nunca está feliz completamente, nunca está satisfeito. É um pouco natural do ser humano estar insatisfeito. Tanto que isso, em grau menor, é uma coisa positiva, que vai fazer a gente buscar as coisas. Esse vazio interno faz o indivíduo querer preencher e buscar. Mas a questão do ansioso é uma insatisfação muito grande, uma tristeza de não alcançar, é uma impotência muito grande e isso é o mais pesado porque vem toda a questão do histórico de vida. Aqui dentro do consultório trato pessoas que nunca conseguiram atingir um grau de satisfação, que ficou atrás de alguma coisa muito tempo, por exemplo, do trabalho e, quando paramos para refletir sobre isso, o tempo passou para ela, que nunca buscou. Existe uma insatisfação por trás da ansiedade, e é com essa insatisfação que devemos trabalhar. Não adianta tratar a ansiedade sem percorrer a raiz do problema. Temos que trabalhar a história da pessoa, o porquê da ansiedade ter entrado em sua vida.

O fato de uma pessoa ser ansiosa, atrapalha a inclusão no mercado de trabalho?

Algumas grandes empresas preferem contratar os ansiosos porque são os que realmente produzem, são eficientes e rápidos. A pessoa ansiosa não é de certa forma doente. Ela pode ser eficiente, mas em certo grau, Depois que essa ansiedade torna maciça a vida dela, quando o grau de ansiedade torna-se alto, não consegue mais ver nada, então torna-se doente. Mas realmente a questão da contratação de pessoas ansiosas em uma empresa, em um grau leve é até favorável. Porém, um ansioso em severo grau, já não produz.


O que uma pessoa que sofre de ansiedade deve fazer para adquirir controle sobre isso?

A psicologia aconselha que se consiga equilibrar isso naturalmente, com autoconhecimento. De certa forma, se a ansiedade for leve e moderada, conseguimos ter um grau de consciência para conseguir reverter esses quadros porque, é um exercício psicológico conseguir vencer a ansiedade, depende do esforço e da vontade.
É exercitar-se psicologicamente todos os dias, no sentido de não repetir os mesmos erros e controlar a sua ansiedade. Para o controle, o primeiro passo é a consciência e a clareza de que há como tratar e controlar isso. Mas em casos extremos onde o auto-controle se torna dificultoso, é necessário ajuda médica.


Entrevista concedida ao Jornal Estilo- CONVERSAS VESPETINAS por Rômulo Seitenfus

sábado, 30 de outubro de 2010

"BULLYING"







Entrevista: Rômulo Seitenfus

A psicóloga Kelli Guidini fala sobre Bullying, a agressão física ou mental intencional e repetitiva, praticada por um indivíduo ou grupo com o objetivo de intimidar o outro. A vítima, é quase sempre alguém que se sente incapaz de se defender. Kelli traça um esboço do que geralmente ocorre, citando três personagens: Vítima, agressor e espectador. Confira detalhes desta entrevista que aponta alerta aos pais e profissionais, como forma de atenção às agressões.



O QUE É BULLYING?
Bullying é o termo inglês que pode ser traduzido como: Amendrontar ou intimidar, representado atualmente por atitude violenta (física e/ou psicológica), intencional e repetitiva, praticada por um indivíduo ou grupo com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo que, quase sempre, é incapaz de se defender. Nesse contexto, encontram-se três personagens importantes: Vítima, agressor e espectador.

COMO RECONHECER O BULLYING?
Para reconhecer deve-se observar como ocorrem as relações e os comportamentos. Toda relação hostil que envolva humilhação, depreciação, discriminação, implicância, perseguição com uma atitude maldosa é considerado Bullying. Mas nunca devemos esquecer que o Bullying só acontece porque tem platéia que potencializa as gozações. O espectador é aquele que presencia os maus tratos, não sofre diretamente, mas carrega consequências emocionais, compartilha da perversão ou sofre calado.

O BULLYING É SEMPRE ASSOCIADO AO AMBIENTE ESCOLAR?
O Bullying está diretamente associado à ideia de grupo de iguais, por isso nem sempre ocorre no ambiente escolar. A internet é um novo lugar que vem sendo utilizado como um facilitador do Bullying. Comentários constrangedores de fotos, e-mails ameaçadores, mensagens que inferiorizam no MSN, Orkut, facebook, formspring e outros sites de relacionamento assim como comunidades depreciativas no orkut hoje dão origem a uma nova forma de violência moral, o cyberbullying. A tecnologia vem permitindo que a violência moral seja mais rápida, profunda e anônima. Isso representa um perigo real.


QUEM SÃO AS VÍTIMAS?
Quando pensamos em bullying, na maioria das vezes pensamos que as principais vítimas são os gordinhos, baixinhos, com acne ou alguma alguém que esteja fora do padrão de beleza. Mas o alvo do bullying nem sempre tem alguma característica que foge aos padrões pré-estabelecidos pela sociedade. Em alguns casos, pode ser um sujeito brilhante que por se salientar nos estudos, por exemplo, acaba sendo foco de humilhações. Mas pesquisas apontam que a vítima na maioria dos casos é tímida, com autoestima baixa e geralmente tem uma característica física ou de comportamento que foge ao padrão do restante do grupo. A insegurança e a dificuldade de reação da vítima alimentam a continuidade das agressões. Os ataques contínuos podem desencadear doenças emocionais como fobia escolar, depressão, síndrome do pânico, bulimia e anorexia. Por terem uma personalidade mais introvertida, na maioria das vezes, não conseguem relatar o que está acontecendo com ninguém, por isso geralmente sofrem sozinhos. A vítima se sente acuada, não consegue reagir frente às depreciações e acaba buscando proteção em casa, se enclausurando e fugindo do ambiente traumático que, na maioria das vezes, é a escola.

COMO IDENTIFICAR O AGRESSOR?
O agressor ou bully (valentão) é geralmente um indivíduo que deseja manter sua fama de ‘popular’ e ‘poderoso’ perante os demais. Extremamente julgador e crítico com todos, inclusive com familiares, é aquele jovem que já está acostumado a resolver qualquer conflito pela violência verbal ou física. Não sensível à dor do outro, o agressor se utiliza de qualquer motivo como justificativa da depreciação, desde o corte de cabelo até o estilo diferente. Em situações extremas em que a conversa não surte mais efeito, é possível levar o problema à delegacia de polícia. Na verdade os agressores representam ser pessoas fortes, mas no seu íntimo carregam uma grande inferioridade e carência, por isso procuram ‘chamar atenção’ através do seu falso poder.

O BULLING OCORRE SOMENTE ENTRE ALUNOS OU ABRANGE OS DEMAIS RELACIONAMENTOS DE UMA COMUNIDADE ESCOLAR, COMO PROFESSORES, COORDENADORES E DEMAIS RESPONSÁVEIS?
Sabendo que adolescentes e jovens reparam nas mínimas “imperfeições” e não deixam passar nada, há casos que inclusive professores são vítimas de Bullying. Dependendo da intensidade das agressões, tanto entre alunos quanto com professores ou diretores, a estrutura escolar fica envolvida diretamente, cabendo ela tomar as atitudes cabíveis, sempre buscando envolver a família na prevenção e tratamento da problemática.

O QUE A VÍTIMA DEVE FAZER QUANDO SOFRE DE BULLYING?
Por mais dificuldade de falar que tenha, a vítima deve escolher alguém de sua confiança para contar os fatos. Se não se sente seguro com ninguém próximo é aconselhável buscar ajuda profissional, ou seja, com psicólogos. Geralmente, os pais demoram a saber, por causa do medo de exposição que a vítima tem: “Se eu falar com meus pais, eles vão à escola e isso será mais um motivo de gozação.” Depois de exposto o fato, muitas vezes, o psicólogo pode fazer a ponte com a escola e buscar de uma forma delicada e inteligente trabalhar a questão, não só com os envolvidos, mas com todo o ambiente escolar e familiar. Em todos os casos, a escola deve ser sempre comunicada.

QUAL DEVE SER A ATITUDE DOS RESPONSÁVEIS PELA COMUNIDADE ESCOLAR QUANDO RECONHECEM O BULLYING, TANTO PARA COM A AUTORA COMO PARA A VÍTIMA?
A escola tem uma grande responsabilidade na prevenção do Bullying, para isso deve estar preparada e munida de conhecimentos específicos sobre os comportamentos hostis e agressivos, assim como a inferioridade e passividade da vitima. Os professores são os principais identificadores da problemática, pois conhecem seus alunos. E o melhor modo de identificar o bullying é o professor se colocar no lugar da vitima: “como me sentiria se eu fosse chamada assim?”. O importante é incentivar os próprios alunos a fazer campanha contra o Bullying, criar um espaço de fala e desabafo para eles. Mas acima de tudo a escola deve dar exemplo de respeito às diferenças e também impor os limites.

DE QUE MANEIRA A FAMÍLIA DEVE ATUAR QUANDO SEU FILHO É O AUTOR OU A VÍTIMA DO BULLING?
Nos dois casos é de suma importância que os pais conversem com seus filhos, procurem conhecimento sobre o tema, identifiquem a problemática e busquem ajuda profissional. A família tem papel fundamental no comportamento dos filhos. Um filho violento, julgador, intolerante e acostumado a ver os pais resolvendo conflitos no grito tem grande probabilidade de ser um colega intimidador. Assim como um filho que apresenta baixa autoestima, passivo, diz sim pra tudo, não reage frente provocações e, muitas vezes, é inferiorizado pela própria família, apresenta grande tendência de ser a vitima do bullying. Nesse sentido, a família também deve mudar alguns comportamentos que podem potencializar atitudes agressivas ou passivas demais que comprometam o equilíbrio emocional de seus filhos.

terça-feira, 8 de junho de 2010

A COMUNICAÇÃO INTERNA NA EMPRESA E SUAS BARREIRAS


A comunicão faz do homem um ser social, pois é a partir dela que há a interação, assim como o compartilhamento de uma informação tornando a comum a todos em um grupo. Na organização, a comunicação ocupa um lugar de destaque pois é responsável pela construção das relações de trabalho, definindo a qualidade ou não das interações entre clientes, colaboradores e comunidade.


No que concerne a comunicação interna da organização, percebe-se que desde a admissão do colaborador, a empresa já está comunicando a ele sua cultura e valores e depois de inserido este vínculo deve se fortalecer, pois a complexidade do ambiente e as pressões que surgem no mercado criam a necessidade de uma organização cujos membros estejam altamente conectados, uma organização que esteja de fato criando seu futuro através do compartilhamento de comunicação e expansão do conhecimento É de senso comum, porém, que a comunicação é um dos grandes desafios a serem superados pelas empresas.(ZANLUCHI,2004)


Por ser a ponte de ligação entre os indivíduos, a comunicação humana sempre estára sujeita a complicações, pois além de cada pessoa ter seu próprio sistema cognitivo, percepções tem uma formação de personalidade singular que interfere diretamete na interpretação das coisas. Por isso, torna-se frequente tarefas executadas incorretamente devido à falhas de comunicação. Uma ordem ou comentário mal interpretado pode acarretar desavenças que geram queda na produtividade, perda de motivação entre os funcionários e algumas vezes até a perda de bons profissionais (PROCHNOW,2005).


Mas quais são as causas destas falhas de comunicacão e por que é tão difícil implementar uma comunicação interna efetivamente eficaz, se sabemos que manter uma comunicação interna aberta e participativa pode evitar rumores, ansiedades e erros e, principalmente, melhorar o desempenho organizacional? A resposta a essa questão pode não ser tão simples. Uma coisa é o desejo, o ideal de vida organizacional; outra, a prática, o dia-a-dia da comunicação empresarial em um determinado contexto social, político, cultural, econômico,etc. E, nesse sentido, faz-se necessário um olhar mais acurado não só ao ambiente organizacional interno. (CABRAL,2004)


Um mal que assombra muito a comunicação hoje é a sobrecarga. Levando em consideração o contexto social atual, pode-se perceber que a quantidade de informação que o individuo tem acesso é muito grande e ultrapassa a capacidade pessoal de processar, perdendo ou distorcendo o conteúdo. Portanto, dentre os três tipos de barreiras elencados por Chiavenatto (2009) a saber: pessoais físicas e semanticas, pode-se presumir que as interferencias que decorrem das limitações pessoais são mais comuns nos conflitos de comunicação. Desse modo, os problemas na comunicação interna são reflexo de um sintoma social, onde impera a rapidez,a ansiedade e, muitas vezes, a impulsividade devido a alta exigência.


Valorizar e qualificar a comunicação interna deve ser entendida como uma estratégia básica para empresas que visam eficiência no seu produto final, pois torna os colaboradores parceiros e propagandistas. Mas para que isto aconteça é necessário que todos se comprometam e se responsabilizem em se comunicar claramente, identificando o canal de comunicação adequado e não deixando os imperativos sociais tomar conta da mentalidade da organização
.



REFERÊNCIAS
CABRAL, Valéria. Um ensaio sobre a comunicação interna pós-industrial em sua dicotomia discurso e prática. Revista organicom ANO 1 • NÚMERO 1 • AGOSTO DE 2004 •
CHIAVENATTO, Idalberto. Recursos Humanos: O capital humano das organizações. 9 ed. Rio de Janeiro :Elsevier, 2009.
PROCHNOW, Franci D. Et al.Motivos Causadores de Falhas de Comunicação dentro da Empresas. XII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 7 a 9 de Novembro de 2005]
ZANLUCHI,Eliane. COPETTI, Carmen L.Comunicação Organizacional Interna: Desenvolvimento e Conseqüências no Contexto. Disponível em:
http://galaxy.intercom.org.br:8180/dspace/bitstream/1904/17576/1/R1445-1.pdf Acesso em: 26 abril 2010

domingo, 6 de junho de 2010

FORMAR LÍDERES: É POSSÍVEL?




Segundo Chiavenatto (2000), liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida por meio de um processo da comunicação humana a consecução de um ou mais objetivos específicos. Já segundo Hunter (2004), é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como sendo para o bem comum.

O número elevado de trabalhos publicados e o surgimento de novas pesquisas sobre este assunto tem por objetivo desvendar as mais diferentes facetas da liderança. Este estado de coisas leva a crer que ainda muito se tem a dizer quanto as reais implicações do ato de liderar pessoas. ( BERGAMINI, 2008). Portanto este estudo tem como objetivo causar reflexões a cerca do tema, contribuindo futuros esclarecimentos.


Diante dos dois conceitos expressos acima, percebe-se que o ato de liderar também é visto como arte, pois para conseguir que as tarefas sejam feitas através das pessoas o líder deve estar atento tanto a sua comunicação e a qualidade dos relacionamentos que ela estabelece quanto a eficiencia e eficácia das tarefas. Líderes que visam somente o resultado subjulgam o valor das pessoas, logo haverá revolta, baixa qualidade do trabalho e um baixo grau de comprometimento. Líderes que focam somente na preservação dos relacionamentos são vistos como incompetentes e improdutivos. Conforme James C. Hunter, autor do célebre livro “O monge e o executivo” liderança é executar tarefas enquanto se constroem relacionamentos.


Assim, liderança não é somente uma habilidade e sim uma fusão de elementos complexos que envolvem o emocional e o intelectual, pois o líder deve conduzir o trabalho de forma que no final as pessoas pensem que o fizeram sozinhas. Isto engloba fazer com que as pessoas compreendam as metas organizacionais e se comprometam com o trabalho. No contexto organizacional contemporâneo as lideranças precisam ainda mais potencializar as habilidades individuais e as inter-relações das equipes (SIQUEIRA, 2004) Por isso, ser líder não é mais ser chefe ou patrão. Hoje o líder além de ter autoridade e qualificação, deve ter habilidade e atitude, principalmente para administrar conflitos e implantar mudanças.


Souza (2007) defende a idéia de que liderança não é sinônimo de cargo, posição social, dinheiro, ou tempo de serviço. Não precisa ser gerente ou diretor da empresa para ser líder, primeiramente o indivíduo deve ser líder de si mesmo para depois pretender liderar outros (que é o mais difícil). A associação deste conceito com os demais expressos no decorrer deste artigo abre espaço para a reflexão a respeito da liderança nata ou inata. Afinal, o indivíduo nasce líder, ou se torna um?

Segundo Bergamini, a pesquisa moderna destruiu o mito do “líder nato”, bem como não se pode concluir que é possível “construir” um líder a partir de treinamentos e desenvolvimento de competências. Portanto tudo leva a crer a existência de “algo mais”, algo além do conhecimento, habilidade e atitude. O “desejo”, o “querer” talvez seja a mola mestra que impulsione a formação de um líder. Pois, desde que haja o forte desejo, o indivíduo pode ativar e desenvolver competências que estão latentes ou subutilizadas em si. O próprio trabalho de descobrir competências em si, isto é, o autoconhecimento já diz muito de um perfil de líder, ou seja, tem atitude, disposição é curioso e deseja crescer.


O homem é um ser em constante construção, mas partindo sempre de uma base, portanto, há a possibilidade de moldar pessoas a um perfil de liderança, desde que estas já possuam alguns traços de personalidade específicos. Ainda que poucas pessoas nasçam com características que são inerentes aos líderes, algumas podem aprender a liderar. (CESPEDES, 2005)






REFERÊNCIAS

BERGAMINI, Cecília W. Psicologia aplicada à administração de empresas. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2008.
CESPEDES, Carolina P.Liderança: constatações e contradições quanto à formação de líderes
Disponível em: www.frb.br/ciente/2005.2/ADM/ADM.CESPEDES.F3.pdf Acesso em: 05 maio. 2010
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: edição compacta. 2.ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
HUNTER, James C. O monge e o executivo. Rio de Janeiro: Sextante, 2004
SOUZA, César. Você é líder da sua vida. Rio de Janeiro: Sextante, 2007.
SIQUEIRA, E. S. Et al.Liderança e gestão com pessoas: desafios do contexto contemporâneo. ENEGEP- XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004

sexta-feira, 4 de junho de 2010

TPM- EMOÇÕES A FLOR DA PELE


A tensão pré menstrual (TPM) é caracterizada como o período que antecede a menstruação ( 7 a 15 dias antes do sangramento) onde há a presença não só de sintomas físicos como inchaço, cólicas, dores no corpo e de cabeça, mas também sintomas emocionais. 95% das mulheres possui ao mesmo tempo manifestações físicas e emocionais. A forma mais severa da TPM é conhecida como Síndrome Disfórica Pré-Menstrual (SDPM) e apresenta impacto negativo na qualidade de vida da mulher, afetando as relações, as atividades sociais e a produtividade profissional. Atualmente, o diagnóstico é confirmado quando a paciente apresenta cinco sintomas físicos ou emocionais, sendo um deles obrigatoriamente emocional, em pelo menos sete ciclos dos últimos 12 meses. Mas se você já se identificar com pelo menos 5 destes sintomas emocionais elencados abaixo em pelo menos 5 ciclos, pode-se considerar que sofre de TPM:

1. Humor deprimido
2. Raiva ou Irritabilidade
3. Dificuldade de concentração
4. Insônia ou Hipersonia
5. Aumento do apetite
6. Sensação de falta de controle sobre si mesma
7. Falta de interesse pelo que costuma gostar de fazer
8. Ansiedade extrema


Com relação aos sintomas emocionais, a presença ou ausência e a intensidade varia de caso para caso, mas a maioria das mulheres (85%) apresenta maior sensibilidade emocional neste período. Mulheres que já tem um histórico familiar de problemas emocionais ou que são já diagnosticadas como depressivas, ansiosas, humor instável (ou outra doença psicológica) estão mais propensas a TPM.


Devido à oscilação de hormônios (próprias da fase que antecede a menstruação) somada a sua propensão para doenças emocionais, algumas mulheres ficam melancólicas ou depressivas, onde a única vontade é de dormir e chorar. Já outras ficam agressivas, ansiosas e elétricas, gritam com todo mundo, comem demasiadamente e sempre acordam de mau humor. Nessa fase os alimentos ditos “calmantes” são o alvo prediletos das mulheres como chocolates e doces que são ingeridos, muitas vezes, compulsivamente. Deve-se salientar também que mulheres que na TPM tem seus sintomas físicos fortes, por exemplo cólicas muito intensas, tendem a ficar mais vulneráveis emocionalmente devido a dor.


Já existe uma pesquisa científica que revela que as queixas à TPM podem ser maiores no Brasil do que em outros países, assim como as mulheres brasileiras sofrem mais desta tensão do que as européias ou as norte-americanas, provavelmente por que a mulher brasileira moderna desempenha diversos papéis ao mesmo tempo, ou seja, não quer “perder tempo” preocupando-se com sintomas e está mais estressada e sobrecarregada, fatores que acentuam sintomas.


A TPM afeta a qualidade de vida e o dia-a-dia das mulheres O impacto da TPM nas atividades diárias é maior quando os dois sintomas estão presentes. Devido a intensidade dos sintomas, a TPM afeta as relações amorosas (ciúmes, baixa libido, impulsividade, etc), os relacionamentos familiares (instabilidade do humor, baixo grau de tolerância, etc) e também profissionais (falta de concentração, de interesse pelo trabalho, descontrole das emoções, etc). Para lidar com tudo isso é preciso negociação. A mulher deve buscar alternativas para controlar os sintomas, mas também é importante que o companheiro (ou até mesmo a família) busque informações sobre essa fase que a mulher passa todo mês, para que possa compreendê-la melhor.

SOS TPM



Algumas atitudes podem aliviar os sintomas da TPM, comece agora as mudanças de hábito para que no próximo mês você perceba a diferença!



Alimentação balanceada rica em frutas e verduras e durante o período de TPM, trocar o chocolate por banana ou gelatina diet (que é doce, mas menos calórica), diminuir sal, café e álcool

  • Fazer exercícios físicos regularmente (principalmente aeróbicos)


  • Se presenteie de presente momentos de relaxamento


  • Caso não consiga controlar os sintomas sozinha, peça ajuda! Procure um profissional psicólogo para tratar e cuidar de suas emoções!


  • Se os sintomas forem insuportáveis e estiver dificultando a sua evolução profissional e prejudicando suas relações pessoais, procure seu médico. Existem medicamentos eficazes que aliviam os sintomas da TPM.



    FONTE DA IMAGEM: http://50minutos.files.wordpress.com/2009/05/013.jpg
  • segunda-feira, 31 de maio de 2010

    O TRABALHO COMO IDENTIDADE


    Que sentido o trabalho tem na vida dos indivíduos modernos? O significado do trabalho já foi estudado por diversos pesquisadores em inúmeros países e os resultados mostraram que o sentido da atividade de trabalho pode assumir uma condição de centralidade na identidade pessoal e social (MORIN, 2007). Ou seja, quando o indivíduo se define enquanto pessoa, quase sempre após dizer seu nome, menciona o que faz profissionalmente. Nesse sentido, o trabalho é metaforicamente o seu sobrenome, algo que posiciona o indivíduo em algum lugar na sociedade, algo que o identifica.

    A relação que cada indivíduo tem com trabalho tem caráter único, singular e subjetivo, mas também é social, porque apresenta aspectos compartilhados por um conjunto de indivíduos e reflete as condições históricas da sociedade, na qual está inserido. Por isso o sentido do trabalho está em permanente processo de construção (BORGES, 2001).

    Segundo Frankl (1963) apud Morin (2001), as pessoas precisam encontrar sentidos em suas atividades, caso contrário,mergulham numa “frustração existencial”. O trabalho na perspectiva psicológica é uma afirmação da auto-estima e de uma função perante a sociedade. O processo produtivo é assimilado em aspectos fisiológicos, morais, sociais e econômicos. O trabalho ocupa um importante espaço na vida humana. Constitui o significado na vida de todos. Por esta razão, quando feita a pergunta “Se você tivesse bastante dinheiro para viver o resto da sua vida confortavelmente sem trabalhar, o que você faria com relação ao seu trabalho?, mais de 80% das pessoas pesquisadas responderam que trabalhariam mesmo assim (Morin et al , 2001). As principais razões são: a socialização, o sentimento de vinculação (pertencer a algo), para ter algo que fazer, para evitar o tédio e para se ter um objetivo na vida.

    Nesse sentido, pode-se observar o “peso” de ficar sem trabalho. Estar desempregado ou inativo altera a estrutura emocional do indivíduo, afetando sua identidade. Esta perda, que pode ser temporária ou eterna, propicia a baixa auto-estima, sintomas depressivos, um nível elevado de stress, etc. Pelo fato de o trabalho ser o principal organizador da vida humana, onde horários, atividades, relacionamentos são determinados conforme suas exigências quando as pessoas perdem, não tem ou até mesmo se aposentam perdem também seu ponto de referência. No caso da aposentadoria, já há pesquisas comprovando que essa transição de etapa na vida pode ocasionar grandes crises culminando em doenças emocionais (Romanini et al, 2008) e indo de encontro a vícios como o alcoolismo. Desse modo, se trabalhar em excesso causa doenças, não trabalhar nos deixa com o pesado sobrenome “Inativo” nos remetendo as doenças da alma.


    REFERÊNCIAS
    BORGES, Livia de Oliveira, ALVES FILHO, Antônio. A mensuração da motivação e do significado do trabalho. Estud. psicol. (Natal) [online]. 2001, vol.6, n.2, pp. 177-194.

    MORIN, et al . Os sentidos do trabalho. RAE - Revista de Administração de Empresas • Jul./Set. 2001
    ____________ O Trabalho e seus sentidos. Psicologia & Sociedade; 19, Edição Especial 1: 47-56, 2007


    ROMANI, et al. Aposentadoria: período de transformações e preparação. Revista Gestão Industrial, 2008.

    Fonte da imagem: http://blog.grupofoco.com.br/focotalentos/wordpress/wp-content/uploads/2010/03/Love-my-job-sm1.gif

    sábado, 29 de maio de 2010

    Cuidar da saúde é também Cuidar das Emoções!



    A OMS (Organização Mundial de Saúde) define saúde como “bem estar biopsicossocial do homem”, isto quer dizer que estar saudável vai muito além de manter o corpo físico em ordem, pois, somos muito mais do que corpo físico, somos pensamentos, sentimentos e emoções. E nesse sentido, a relação das emoções com a saúde ou doença, vem sendo estudada desde 377 a.C com Hipócrates até os tempos de hoje com advento da PSICOSSOMÁTICA (psico= alma e soma= corpo) A partir destes estudos, a doença pode ser entendida como um DESIQUILIBRIO, não só de um órgão específico, mas da totalidade do homem. Apesar da descrença de muitas pessoas, atualmente estudos científicos comprovam e atestam esta conexão.

    Não se pode negar que nossa vida é movida por emoções agradáveis e/ou desagradáveis. Alegria, medo, raiva, amor, mágoa batem a nossa porta várias vezes em um único dia. Uma única emoção é responsável por desencadear diversas reações comportamentais assim como fisiológicas. As reações frente as emoções vão depender de pessoa para pessoa. Por exemplo, uma pessoa com raiva pode se afastar de todos e ficar sozinha ‘remoendo’ o fato, assim como outra pessoa com a mesma emoção ter uma atitude explosiva e gritar até com pessoas que não tem nada a ver com o conflito. Mas independente da reação, as emoções sempre irão motivar nossa conduta na vida e cada acontecimento vivido deixa no corpo sua marca profunda. Por isso elas têm um papel fundamental no estado saúde-doença. Agora tente fazer uma análise de quais foram as emoções que você vivenciou neste último mês. Perceba se são mais negativas do que positivas. Se a resposta for que as emoções negativas foram mais freqüentes, então, cuidado, pois você pode correr um maior risco de adoecer. Tudo por que a interação entre corpo e mente se dá por meio de uma intrincada rede de hormônios, proteínas e neurotransmissores que não cessam de interagir. E que no caso de uma emoção negativa em excesso pode até comprometer o sistema imunológico, abrindo portas às doenças.

    Hoje em dia há dados suficientes para podermos afirmar que as emoções positivas potencializam a saúde, enquanto as emoções negativas tendem a comprometê-la. Segundo cientistas, nós mesmos temos poderosas ‘armas’ nas mãos para nos proteger contra o ataque das doenças e não nos damos conto. São elas:

    FÉ: Desencadeia no organismo reações semelhantes a de emoções como afeto, amor e tranqüilidade. Pesquisas em todo mundo já comprovam o benefícios concretos da fé na saúde física e psicológica , como: longevidade, qualidade de vida, prevenção de doenças, recuperação de cirurgias.

    MEDITAÇÃO: Estudo recente submeteu pacientes cardíacos à meditação e comprovou que eles tiveram uma redução da pressão arterial.

    BOM HUMOR: O riso (sincero) e o bom humor aumentam a atividade das células tipo “natural Killer”, importantes na imunidade contra tumores, ao mesmo tempo em que os estados depressivos enfraquecem esse aspecto da defesa orgânica.

    EXERCÍCO FISICO: Além de proporcionar qualidade de vida, libera neurotransmissores, como a endorfina e serotonina, produzindo um estado de prazer, disposição e a regulando o humor.

    EXPRESSAR SENTIMENTOS: Comportamentos contidos demais favorecem as doenças. Entender e expressar as emoções é a melhor forma de se proteger.

    AUTOCONHECIMENTO: Em pesquisa recente publicada no JAMA (Jornal da Associação Médica Americana) 1.000 pacientes, entre 35 e 59 anos, vítimas de infarto que exerciam funções com grande demanda emocional mostraram-se duas vezes mais predispostas a sofrer um novo evento. Nesse sentido, a psicoterapia auxilia o paciente a se auto-conhecer como também a reconhecer as emoções que podem vir a prejudicar sua evolução pessoal e profissional, não com objetivo de eliminá-las, por que é impossível, mas de aprender lidar e negociar com elas.

    Estes são alguns dos considerados MEDICAMENTOS NATURAIS. São naturais, pois não são comprados em farmácias por que temos internamente, só nos resta reconhecer, desenvolver e exercitar todos os dias! Nunca é tarde para começar.!



    fonte da imagem: http://www.cuidebemdevoce.com/resources/yoga-floraisonline.JPG

    Fazemos “qualquer negócio”: A Ética nas relações de trabalho



    Todos já ouvimos falar em “Ética”, principalmente quando se refere a vida profissional. Analisando superficialmente ela resume a ação e a postura correta, mas com certeza, esta pequena palavra diz respeito a inúmeros comportamentos. A palavra Ética é originada do grego “Ethos” que significa modo de ser, caráter e valores. Levando em conta essa definição, para existir ética é necessário que haja relações


    Cada pessoa tem seus valores e princípios individuais. Nossos pais foram os primeiros a alimentar os princípios éticos nos dizendo o primeiro “Não!”. O senso ético também pode ser ilustrado a partir de alguns desenhos animados onde aparece um “anjinho” e um “diabinho” soprando ao ouvido do sujeito alguns incentivos. Nesse sentido, a ética esta intimamente ligada à consciência de nossos atos. Ao se questionar “Quem irei ouvir? O anjo ou o diabo?” passamos a julgar, analisar as nossas ações como do bem ou do mal, certas ou erradas e isso faz de nós seres éticos. Portanto podemos analisar os princípios éticos através de nossas atitudes. E não é preciso estar escrito em nenhum código de ética ou lei o que se deve ou não fazer, pois a nossa consciência já faz esse trabalho. Daí o termo “estou com a consciência leve ou pesada!”
    Todos nós temos noção do certo e errado, certo? Sabemos que o certo seria fazermos atividade física pelo menos três vezes por semana, ter uma alimentação saudável e manter a mente equilibrada e longe do estresse, mas todos nós fazemos isso? O mesmo acontece no mundo do trabalho, ou seja, saber o que é certo não quer dizer que agiremos corretamente. Resta saber o que alimenta essa contradição.


    No trabalho, o certo é ser honesto, compreensivo, verdadeiro, respeitoso e comprometido. Mas é isso que vemos hoje? Desde o surgimento do capitalismo, os trabalhadores vêm sendo convocados a seguirem leis, normas, metas de alta produção em tempo cronometrado. Então, parece não sobrar muito tempo para serem éticos. Impulsos egoístas, jogos de interesses, abuso do poder, mentiras, competitividade doente, trapaças, tudo para efetivar a venda antes do concorrente ou do colega de trabalho. Fazemos qualquer negócio? Que negócio é esse? Os princípios valorizados pela sociedade moderna dificultam a visão (ou cegam) de que nas relações de trabalho as pessoas são mais importantes do que “qualquer negócio”. O negócio passa, assim como o dinheiro também, mas pessoas não, elas irão ajudar a elaborar seu perfil ético. E você, faz “qualquer negócio”?