domingo, 6 de junho de 2010

FORMAR LÍDERES: É POSSÍVEL?




Segundo Chiavenatto (2000), liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida por meio de um processo da comunicação humana a consecução de um ou mais objetivos específicos. Já segundo Hunter (2004), é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como sendo para o bem comum.

O número elevado de trabalhos publicados e o surgimento de novas pesquisas sobre este assunto tem por objetivo desvendar as mais diferentes facetas da liderança. Este estado de coisas leva a crer que ainda muito se tem a dizer quanto as reais implicações do ato de liderar pessoas. ( BERGAMINI, 2008). Portanto este estudo tem como objetivo causar reflexões a cerca do tema, contribuindo futuros esclarecimentos.


Diante dos dois conceitos expressos acima, percebe-se que o ato de liderar também é visto como arte, pois para conseguir que as tarefas sejam feitas através das pessoas o líder deve estar atento tanto a sua comunicação e a qualidade dos relacionamentos que ela estabelece quanto a eficiencia e eficácia das tarefas. Líderes que visam somente o resultado subjulgam o valor das pessoas, logo haverá revolta, baixa qualidade do trabalho e um baixo grau de comprometimento. Líderes que focam somente na preservação dos relacionamentos são vistos como incompetentes e improdutivos. Conforme James C. Hunter, autor do célebre livro “O monge e o executivo” liderança é executar tarefas enquanto se constroem relacionamentos.


Assim, liderança não é somente uma habilidade e sim uma fusão de elementos complexos que envolvem o emocional e o intelectual, pois o líder deve conduzir o trabalho de forma que no final as pessoas pensem que o fizeram sozinhas. Isto engloba fazer com que as pessoas compreendam as metas organizacionais e se comprometam com o trabalho. No contexto organizacional contemporâneo as lideranças precisam ainda mais potencializar as habilidades individuais e as inter-relações das equipes (SIQUEIRA, 2004) Por isso, ser líder não é mais ser chefe ou patrão. Hoje o líder além de ter autoridade e qualificação, deve ter habilidade e atitude, principalmente para administrar conflitos e implantar mudanças.


Souza (2007) defende a idéia de que liderança não é sinônimo de cargo, posição social, dinheiro, ou tempo de serviço. Não precisa ser gerente ou diretor da empresa para ser líder, primeiramente o indivíduo deve ser líder de si mesmo para depois pretender liderar outros (que é o mais difícil). A associação deste conceito com os demais expressos no decorrer deste artigo abre espaço para a reflexão a respeito da liderança nata ou inata. Afinal, o indivíduo nasce líder, ou se torna um?

Segundo Bergamini, a pesquisa moderna destruiu o mito do “líder nato”, bem como não se pode concluir que é possível “construir” um líder a partir de treinamentos e desenvolvimento de competências. Portanto tudo leva a crer a existência de “algo mais”, algo além do conhecimento, habilidade e atitude. O “desejo”, o “querer” talvez seja a mola mestra que impulsione a formação de um líder. Pois, desde que haja o forte desejo, o indivíduo pode ativar e desenvolver competências que estão latentes ou subutilizadas em si. O próprio trabalho de descobrir competências em si, isto é, o autoconhecimento já diz muito de um perfil de líder, ou seja, tem atitude, disposição é curioso e deseja crescer.


O homem é um ser em constante construção, mas partindo sempre de uma base, portanto, há a possibilidade de moldar pessoas a um perfil de liderança, desde que estas já possuam alguns traços de personalidade específicos. Ainda que poucas pessoas nasçam com características que são inerentes aos líderes, algumas podem aprender a liderar. (CESPEDES, 2005)






REFERÊNCIAS

BERGAMINI, Cecília W. Psicologia aplicada à administração de empresas. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2008.
CESPEDES, Carolina P.Liderança: constatações e contradições quanto à formação de líderes
Disponível em: www.frb.br/ciente/2005.2/ADM/ADM.CESPEDES.F3.pdf Acesso em: 05 maio. 2010
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: edição compacta. 2.ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
HUNTER, James C. O monge e o executivo. Rio de Janeiro: Sextante, 2004
SOUZA, César. Você é líder da sua vida. Rio de Janeiro: Sextante, 2007.
SIQUEIRA, E. S. Et al.Liderança e gestão com pessoas: desafios do contexto contemporâneo. ENEGEP- XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004

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