domingo, 1 de dezembro de 2013

DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA OU "ABORRECÊNCIA"?



Muito se fala que o adolescente é “aborrecente”,  pois se aborrece com facilidade, é irritadiço, demonstra inconformidade com as leis estabelecidas dentro e fora de casa, não tem muito interesse em estudar, passa horas dormindo, troca o dia pela noite, não fica muito tempo em família... Mas é importante percebemos que a linha que separa a normalidade da patologia é muito tênue, ou seja, estes mesmo sintomas citados acima podem fazer referência a um quadro de depressão na adolescência. Por isso, o que você interpreta como ‘firula’ pode estar falando de um sofrimento significativo.
Na década de 70 nem se cogitava o fato de crianças e adolescentes poderem apresentar sintomas que levassem ao diagnóstico de depressão. Foi só a partir de 1975 (digo, recentemente) que a existência da depressão nessa faixa etária foi reconhecida, abrindo as portas para pesquisas e estudos nessa área.  A principio, os critérios diagnósticos para depressão nas três faixas etárias eram os mesmo, mas estudos mais profundos e específicos mostraram que há alguns sintomas típicos a cada fase , pois eles variam com a idade e sua fases de desenvolvimento e maturação. A titulo de curiosidade, apresento os sintomas da depressão segundo o Manual Diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-IV) comparados com sintomas diferenciais da depressão na adolescência citados em artigos científicos sobre o tema:
SINTOMAS DE DEPRESSÃO SEGUNDO DSM IV
SINTOMAS TÍPICOS DE DEPRESSÃO NA ADOLECENCIA
Humor depressivo ou irritável
 Irritabilidade e instabilidade
Humor deprimido
Fadiga ou perda da energia
Perda de energia
Interesse ou prazer acentuadamente diminuído
Desmotivação e desinteresse importante
Agitação ou retardo psicomotor
Retardo psicomotor
Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada
Sentimentos de desesperança e/ou culpa
Insônia ou hipersonia
Alterações do sono

Isolamento
Capacidade diminuída de pensar ou se concentrar ou indecisão

Dificuldades de concentração

Prejuízo no desempenho escolar

Baixa autoestima
Pensamentos de morte recorrentes, ideação suicida, tentativa ou plano suicida.
Ideias e tentativas de suicídio

Problemas graves de comportamento
Diminuição ou aumento do apetite e também do peso


A irritação (explosões de raiva), o humor instável, apatia, hipersonia, isolamento,  aparecem como sintomas típicos da depressão na adolescência  , sendo que o baixo desempenho escolar pode ser um marcador importante.  Alguns sintomas também se diferenciam com relação ao gênero. A baixa autoestima  relacionada a aparência e a popularidade é mais evidente nas meninas, assim como sintomas subjetivos como melancolia, vazio, tristeza e raiva. A problematização da autoestima pode levar as meninas desenvolverem transtornos alimentares  como bulimia, anorexia e obesidade. Já  meninos apresentam seus sintomas no “acting out” (passagem ao ato), ou seja, ficam evidentes nas ações impulsivas e inconsequentes, os famosos ditos ‘problemas de conduta’, sendo que o abuso de álcool na adolescência é um indicador de depressão na adolescência. Importante salientar que ‘sair pra balada’ muitas vezes é interpretado pelos pais como se o filho estivesse bem (está até saindo), mas a festa em alguns casos é a válvula de escape e o álcool algo que amenize a dor ou que faça esquecê-la. A automutilação também é um sintoma que se faz presente na depressão nesta faixa etária. Se  machucar, se cortar pode ter uma característica de autopunição e de comportamento de risco que pode culminar em tentativas de suicídio.
Por se tratar de uma fase de transição entre a infância e a vida adulta , é na adolescência que definimos questões importantes de nossa vida e personalidade. É uma fase de descobertas, repleta de ‘primeiras vezes’, o desconhecido assusta e a insegurança vem. Fase dos amores platônicos, das descobertas sexuais, dos vestibulares, das escolhas diferentes das dos pais, das mudanças no corpo e de escolher “quem eu vou ser na vida” sempre muito pressionado pelo social. Dentro deste cenário, a causa da depressão nesta fase de vida não é clara e acredito que nem possa ser, pois cada ser humano é UM, UNO! Mas existem evidencias científicas que comprovam o peso da hereditariedade, ou seja,  a presença de depressão em um dos pais aumenta três vezes o risco do adolescente também ter a doença.  Eventos estressores (perdas, abusos, traumas) e ambiente familiar também são elencados como fatores de risco para a depressão nessa faixa etária. Família não perceptiva, apoiadora e compreensiva está diretamente relacionada com sintomas depressivos nos adolescentes.

O que torna o diagnostico de depressão na adolescência mais concreto é a perseverança dos sintomas, ou seja, períodos prolongados e duradouros de irritabilidade, isolamento, baixa repentina do rendimento escolar. Os amigos próximos são os que percebem melhor as mudanças de comportamento, inclusive, melhor que os pais. Em minha visão clinica,  acredito que se o adolescente apresenta estes sintomas por três meses ou mais já é hora de criar uma estratégia de tratamento. O tratamento se baseia em psicoterapia e, dependendo do grau, se necessita a atuação do psiquiatra. O adolescente necessita muito de um espaço de fala, pois esta é a fase onde as questões emocionais em ebulição estão melhor identificadas através do subjetivo. Por isso, este  é um alerta aos pais que podem minimizar os sintomas apresentados por seus filhos colocando um rótulo de ABORRECENTE. Esteja atento a ele, converse, esclareça, questione, ouça e compreenda.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

PARADA para PENSAR sobre SI

Você já PAROU PARA PENSAR que são nos momentos de espera que ou observamos e refletimos sobre a vida alheia (julgamos também) ou adentramos nosso mundo interior?
Convido você a sentar num banco de rodoviária ou da praça, parar no semáforo, ficar numa fila de banco... PARADAS obrigatórias (somos obrigados a parar) para nos colocar no lugar do outro ou julgá-lo. Até então, olhamos para fora, tarefa menos árdua do que olhar pra dentro. 
Jung (psiquiatra e psicoterapeuta suíço fundador da psicologia analítica ou junguiana) já dizia ‘quem olha pra fora sonha, quem olha pra dentro ACORDA!’ Ouvindo meus pacientes e vivenciando o meu próprio processo, acredito que uma das paradas que causa mais ‘turbilhão interior’ é na sala de espera da terapia.  Já ouvi muitas vezes: “estava ali na sala de espera e fiquei pensando...”
São naqueles minutinhos (às vezes, segundos) que antecedem a sessão que vários questionamentos povoam nossa mente: O que eu vou falar sobre mim? Como estou? Como gostaria de estar? Estou agindo certo? Vou falar de novo a mesma coisa, não saí do lugar? Ainda não conseguir resolver isso ou aquilo? Por que sou assim? De repente: a (o) terapeuta chama seu nome e o que você vai falar na sessão nem sempre tem relação com toda aquela tempestade mental, mas você RECOBROU A CONSCIÊNCIA sobre si mesmo. E é na sessão de terapia que o caos se torna cheio de significado. Como dizia Marrion Woodman (analista junguiana canadense): “a consciência nem sempre resolve o problema, mas torna o sofrimento significativo”.
Você percebe como a correria do dia a dia nos impede de pensar em nós? Ela é uma grande aliada para nosso raso autoconhecimento, ou seja, CONSCIÊNCIA sobre nós, nossos comportamentos, sentimentos e pensamentos. Aliás, ela está sempre no primeiro lugar do hanking de ‘motivos (ou desculpas) para não fazer terapia’: falta de tempo.  Sabemos, na verdade, que a falta de tempo mascara uma grande resistência que a grande maioria das pessoas tem de mergulhar nesse mar profundo feito de si mesmo, ora obscuro e sombrio, ora límpido.
Eis a grande questão: É necessário OBRIGAÇÃO para parar e pensar em si? Enquanto elas forem externas (esperas na rodoviária, praça, semáforo, terapeuta, etc) está tudo bem. E quando forem paradas causadas pelo corpo devido ao stress, doenças psicossomáticas, depressão, estafa, colapso? Mais cedo ou mais tarde você será ‘obrigado’ a parar e rever sua atuação na vida. Então, que não precisemos de um grande alerta para ouvirmos a nós mesmo.

Não seja obrigado, faça escolhas! Reserve um tempo para si. A psicoterapia é um lugar de escuta, onde você ESCOLHE parar para analisar como está conduzindo sua vida. Podemos nos ouvir também em uma atividade física feita com consciência, meditação e em momentos de silencio interior.  A dica é: independente de fazer ou não terapia, se coloque na sua agenda!

terça-feira, 18 de junho de 2013

AUTISMO: Você sabe o que é?

Foi Léo Kanner (psiquiatra austríaco) quem descreveu pela primeira vez (em 1943) em sua obra intitulada “Autismo: Distúrbio do Contato Afetivo” casos de onze crianças que tinham como sintomas comuns o extremo isolamento social e a grande repulsa por mudanças na rotina (necessidade obsessiva da mesmice).
O autismo é um transtorno global de desenvolvimento mais comum no sexo masculino. Tem causas multifatoriais com intensidade dos sintomas variável, dependendo da associação com outras síndromes ou patologias.

DIAGNÓSTICO:
Apesar dos sintomas já se manifestarem nos primeiros meses de vida, dificilmente são diagnosticados precocemente. Eles ficam mais claros antes de completar o terceiro ano. O diagnóstico é feito a partir da observação de comportamentos e de entrevista com pais ou responsáveis.
 São alguns sintomas observáveis nos primeiros meses de vida:
_ Pobreza ou ausência do reflexo de aproximação oral ao peito materno ou repulsa em contato ao peito.
_  Pobreza ou ausência do reflexo de busca.
_ Pobreza ou ausência do reflexo de sucção (peito, mamadeira, bico, dedo, etc)
_ Pobreza ou ausência do reflexo de seguimento ocular (olhar parado).
_ Distonias musculares (Hipotonia- corpo do bebê molinho e ou hipertonia- tenso ou rígido)
_ Transtornos de alimentação devido ao reflexo oral diminuído e a dificuldade de aceitação de alimentos sólidos (que tenha que mastigar). Por outro lado, com freqüência levam a boca objetos não alimentícios.
_ Distúrbios nos ritmos circadianos (sono, fome e evacuação).


Outros sintomas observáveis com mais clareza nos primeiros anos:
_ Condutas evitativas de comunicação com o outro.
_ Não olhar nos olhos (afasta o olhar, olha através de ou olha de lado).
_ Não abre as mãos ( as mantém fechadas junto ao corpo).
_ Não atende quando é chamado e não reage a ruídos (sem reflexo palpebral).
_Negação de carinho e afeto.
_ Insensibilidade a temperaturas extremas e a dor (propensão a automutilação).
_ Movimentos constantes. Balanceio, condutas masturbatórias, agitar os braços, girar, etc.
_ Brinca/olha mãos e pés.
_ Olha pra luz, aprecia jogos de luz e sombra e aperta os olhos.
_ Faz barulho, bate ritmicamente, ouve musica por horas e aperta os ouvidos.
_ Ausência do sorriso social X riso inapropriado.
_ Ecolalia( repetição de sons) ou coprolalia (tendência involuntária de proferir palavras obscenas ou fazer comentários geralmente considerados socialmente inadequados).
Importante salientar que os sintomas, num geral, variam de caso para caso nos quesitos presença/ausência e intensidade. O Autismo se manifesta da forma única para cada pessoa. Por exemplo: existem crianças autistas com a fala intacta ou com uma inteligência acima da média, assim como, aqueles extremamente isolados do social. Estas condutas autistas podem também estar presentes em outras enfermidades genéticas.

TRATAMENTO

Até o recente momento, nenhum estudo científico fala da ‘cura’ do Autismo, mas de tratamentos eficazes para atenuar os sintomas.  Esses tratamentos estão focados em intervenções psicoeducativas, inserção ao social, desenvolvimento da linguagem e orientação familiar. É necessário que o programa de tratamento seja elaborado a partir das necessidades específicas de cada criança. Existem programas de tratamentos (americanos) já formatados que se fundamentam principalmente em estímulos visuais objetivando o aprendizado, independência e comunicação.
 Para isso, o tratamento do Autismo envolve uma equipe interdisciplinar: neurologista, psicólogo, psicopedagogo, psiquiatra, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, educador físico, etc. Importante salientar também que quanto mais cedo diagnosticado, maior a chance de um tratamento completo iniciado pela estimulação precoce ainda nos primeiros anos de vida.
Tratamentos específicos a parte, é necessário que se entenda que a criança autista precisa de muito amor e compreensão.



sexta-feira, 31 de maio de 2013

Informação não basta, é preciso EDUCAR! Pela inclusão de uma nova disciplina no currículo de ensino médio: Mercado de Trabalho



Informação não basta, é preciso EDUCAR!
Pela inclusão de uma nova disciplina no currículo de ensino médio: Mercado de Trabalho

Atualmente, parece muito fácil encontrar informações sobre: ‘Como se portar numa entrevista de seleção’ ou ‘ Como não errar na hora da entrevista, mas o que impede  muitos candidatos  alcançarem o sucesso neste quesito?

A apresentação pessoal é um aspecto observado pelo selecionador deste o envio do currículo. Sim, seu currículo é seu cartão de visitas. Por isso, é de suma importância que esteja impecável. Um currículo mal feito ou mal apresentado pode excluir o candidato do processo seletivo. Se você passou pela primeira etapa (análise do currículo), irá para a segunda: a entrevista.

A entrevista pode ser formal ou informal, mas, independente disso, você deve manter uma postura respeitosa, sabendo reconhecer o limite de sua fala. Responder o que lhe é perguntado não é sinônimo de contar histórias sobre sua vida pessoal. Também fique atento aos erros de português, vícios de linguagem e gírias. Além de checar as informações do currículo (competências técnicas), a entrevista tem o papel de identificar competências comportamentais do entrevistado como: comunicação, desenvoltura, confiança, segurança, sinceridade, motivação, liderança, relacionamento interpessoal, entre outras.

Apesar de informações e dicas  estarem  disponíveis em jornais, revistas, internet e em todos meios de comunicação,  bocejar, mascar chiclete, atender celular, postura de desanimo e de descaso ainda continua sendo uma realidade nas entrevistas.  
Esses fatos me fazem crer que  a informação não basta! O que realmente iria solucionar este cenário e a EDUCAÇÃO. A etiqueta (pequena ética) se não foi aprendida em casa poderia ser ensinada (a aprendizagem dependerá de cada um) na escola.  Acredito que o contexto estaria diferente se existisse uma disciplina voltada ao mercado de trabalho na escola, onde se ensinasse a elaboração do currículo, linguagem corporativa, etiqueta, postura profissional, ética no trabalho e promovesse autoconhecimento (conhecimento das competências comportamentais e técnicas).  

Mas como esta idéia ainda está em processo de germinação nas escolas, aí vão algumas dicas importantes (além da básicas do celular, chiclete, bocejo...):

o        Cuidado com sua postura corporal.
o        Olhos nos olhos.
o        Mantenha o foco na fala.
o        Não fique mexendo em objetos como caneta, celular, colares ou olhando as unhas.
o        Preste atenção no nome do entrevistador e, quando necessário, o chame pelo nome- isso gera empatia.
o        Se a entrevista for via Skype (muito utilizada atualmente) se vista formalmente, seja pontual  e certifique que o lugar onde fará a web-entrevista esteja organizado e apresentável.
o        Crie rapport (palavra francesa que significa relação, é um fundamento da programação neurolinguistica para criar receptividade  na comunicação) com o entrevistador : espelhe-se! Saiba mais em http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/entenda-o-que-e-rapport/24502/

o        Busque sempre mais conhecimento: sobre você, sobre o mercado de trabalho, vagas, empresas, afinal estamos na ERA DA INFORMAÇÃO!

domingo, 7 de abril de 2013

O que impede o cavalo de se mover? Crenças Limitantes!


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Ao longo da vida vamos criando crenças a respeito de nós mesmos. No principio (infância, adolescência), elas estão alicerçadas em opiniões externas: Meu filho, como você é burro! Você é um DES-graçado! Você nunca vai arrumar um namorado desse jeito! E posteriormente alimentadas por nós e por nossos relacionamentos sociais: Eu sou mesmo uma boca-aberta! Como fui burra! Sou muito má mesmo, nada dá certo na minha vida!
As crenças limitantes se constroem a partir de nossas relações mais intimas e de nossa história de vida. Influenciam QUEM SOMOS, o modo COMO FUNCIONAMOS e a maneira COMO NOS DESLOCAMOS NO MUNDO. Eu não vou conseguir, eu nunca vou conseguir fazer isso, sou limitada, sou incapaz, sou muito burro pra isso, não sou merecedor disso, nunca vou encontrar alguém que me ame e me respeite, não mereço me curar, as pessoas sempre me usam, etc. Se não ficarmos consciente essas crenças podem conduzir a nossa vida.
EXERCÍCIO VIVENCIAL: Pense quais são suas crenças limitantes, aquelas frases/palavras/imagens/sentimentos que ressoam na sua alma e que lhe sugam suas forças pra evoluir. Escreva em um papel: O que te dói emocionalmente? Respire fundo! Se preferir, coloque uma musica relaxante. Não censure suas respostas, deixe seu pensamento fluir. Esse momento é só seu, de verdades absolutas a seu respeito, seja sincero!
Após esta reflexão, escreva em outro papel o contrário (oposto) de suas crenças limitantes. Por exemplo: se você escrever como crença limitante: Não sou amada- agora escreva- sou amada.
Sempre que se refere a crenças a respeito de nós mesmos, muitas questões ficam ocultas, por isso a importância da psicoterapia. Muitas vezes permanecemos na limitação por ganhos secundários, por exemplo: se seus pais cresceram num ambiente onde tinha as crenças eram limitantes com relação ao dinheiro, toda aquisição foi muito complicada ou impossível, por que o dinheiro que entrava era sempre guardado para a comida. Os pais de seus pais sempre diziam: você ainda vai passar fome, guarde esse dinheiro!  A probabilidade de que eles passem a você essa mesma crença é muito grande, logo você tem duas opções: banca a compra do seu apartamento tão sonhado e se diferencia dessa crença cultuada a gerações (sim, você será o ‘diferente’). Ou fica alimentando essa crença, entendendo que toda aquisição será sempre muito difícil ou até impossível, ganhando o acolhimento dos iguais (família). Nesse caso, pertencer ao sistema familiar tem mais peso(é cômodo e não cria conflito).
Sabendo disso agora, quais as crenças você alimenta a seu respeito? Quais as crenças conduzem as suas ações na vida?
BOA REFLEXÃO! 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

FILTRAR...


Filtro...
Você já  parou pra pensar na função do filtro?
Filtrar a água...
Passar o café pelo filtro...
Os rins filtram o sangue...
Pra que serve o filtro?
Por que filtramos a água? Para tirar as impurezas?  O mesmo faz os rins com o sangue.
E o filtro solar?  Seleciona o tipo de raio que nossa pele absorve.
E o que fica no filtro?
As ‘sujeirinhas’ da água...
A borra do café...
O que não é mais necessário...
O filtro seleciona...Separa...
"Separa o joio do trigo."

Deixar passar só o que é importante, retirar as impurezas e ficar só com o que se precisa. Será que estamos sabendo usar nosso filtro?  Ou melhor, será que todos temos?  Acredito que ele não seja um item de fábrica. Nós acoplamos o filtro a nós a medida que nos inserimos no social.  Pois o que seria do mundo se fossemos somente ‘instinto’, falo e faço tudo o que vem a mente. Habitamos um social onde nem toda a verdade deve ser dita, até por que elas mudam a todo instante.


Nem tudo o que se pensa precisa ser dito- filtro entre o cérebro e a boca.
Nem tudo que se sente precisa ser falado- filtro entre o coração e a boca. 

Não estou fazendo apologia ao ‘engolir sapos’, de forma alguma. Só considero que ‘cuspir cobras e lagartos’ também não seja a forma ideal de expressão. Em nossa sociedade “pá-pum” “tomou-levou”, “toma lá dá cá”, as reações instintivas estão cada vez mais imediatas. Ações e reações não estão sendo pensadas. A impulsividade toma conta. E aí que encontramos um problema no filtro.  

A liberdade de expressão e o direito de resposta estão aí, uma grande conquista social moderna.  Mas será que estamos respeitando os limites dessa liberdade?  Será que não está na hora de renovar nosso filtro e rever nossos valores como: respeito ao outro e a diferença, prudência, empatia (colocar-se no lugar do outro)?

E como lidar com tanta mágoa? A palavra mal colocada, dita impulsivamente, com pressa, sem pensar pode causar danos irreparáveis a qualquer ser humano.

Eis o grande desafio da vida: aprender a filtrar. 

Saber a hora de falar e a hora de calar. E quando falar, falar da melhor forma. Identificar o que pode causar mal a nós e aos outros. Ter sensibilidade e consciência para dizer o que deve e pode ser dito.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

A IMPORTÂNCIA DOS SONHOS PARA A PSICOLOGIA


Foi no século 19 que os estudos dos sonhos se iniciaram com um caráter mais cientifico. Nessa época, Freud (médico judeu austríaco, pai da psicanálise) afirmou que os sonhos teriam algum significado e poderiam ser interpretados. Para, ele os sonhos satisfaziam nossos desejos reprimidos, socialmente inaceitáveis (principalmente sexuais) e/ou significava a necessidade de descarga de impulsos, objetivando o equilíbrio emocional.
Já Jung (psiquiatra suíço, pai da psicologia junguiana ou analítica, ex discípulo de Freud por justamente discordar de algumas idéias dele) acreditava que o sonho é ‘COISA VIVA’ é aquilo que ‘ele é’, sem disfarces. Representação espontânea do inconsciente, MANIFESTAÇÃO DA NATUREZA EMOCIONAL EM LINGUAGEM SIMBÓLICA. Jung não descartava a hipótese de que o sonho revelasse algum desejo secreto não aceito moralmente, mas que também ela poderia ter outras infinitas interpretações. Segundo ele, os sonhos podem ser feitos de verdade inelutáveis, restos diurnos, ilusões, fantasias, sentenças filosóficas, antecipações, visões telepáticas e muitas outras coisas. Dessa forma, o sonhador adquire os mais variados papeis dentro da cena do sonho, de espectador a ator. Isto quer dizer que TODAS AS PERSONAGENS DO SONHO REPRESENTAM ASPECTOS EMOCIONAIS PERSONIFICADOS DO SONHADOR (o sonho é do sonhador, e os personagens são ele, em diferentes posições psíquicas).
Descobrir os significados dos símbolos oníricos (dos sonhos) está longe de recorrer àqueles livros de definição de símbolos que encontramos nas bancas de jornal.  Jung era totalmente contra a interpretação mecânica dos sonhos, pois:
o       O símbolo geralmente tem mais de um significado
o       E o significado de cada símbolo está muito atrelado a história de vida de cada pessoa (o trem pode ter um significado positivo para uma pessoa e negativo para outra)..
 Jung tratava os sonhos como COMUNICAÇÕES CONTÍNUAS DO INCONSCIENTE, por isso é importante não sermos reducionistas nas interpretações. Sonhar com cobra nem sempre quer dizer que você será traído (como sugere os dicionários de símbolos encontrados nas bancas). A interpretação dos sonhos deve estar sempre associada à história do sujeito e as suas associações livres feitas em psicoterapia. 
Em suas experiências clínicas, Jung observou que os sonhos serviam de ferramenta para a busca do EQUILÍBRIO da psique (alma), desempenhando um papel COMPENSATÓRIO.  Para ele, o sonho seria uma reação de defesa (assim como a febre é para infecção no corpo físico)  com o objetivo regular/equilibrar as energias entre o consciente e o inconsciente.
A linguagem do sonho é complexa e jamais monótona, muita atenção quando se dispuser a interpretá-lo. Apesar de a interpretação do sonhador ser a principal, existem no sonho ricos elementos em múltiplos sentidos.  Estes elementos podem advir do seu inconsciente pessoal e também do inconsciente coletivo, inconsciente que banha todos nós no seu reino das imagens arquetípicas (imagens- primordiais e universais- comuns a todos os seres humanos, estruturas inatas incrustadas no inconsciente coletivo que servem de matriz para a expressão e desenvolvimento da psique).
Para entender melhor o INCONSCIENTE COLETIVO, anexo abaixo o MITO DO CENTÉSIMO MACACO:
 O Centésimo Macaco é o nome de um novo mito. Trata-se de história que apareceu, é repetida e serviu de tema literário apenas nos últimos vinte anos. Tem origem muito recente e, no entanto, como os mitos gregos a respeito da Guerra de Tróia, não está claro onde terminam os fatos e começam as metáforas. A história se baseia em observações científicas sobre colônias de macacos no Japão. A versão mais amplamente difundida escreveu-a por Ken Keyes Jr., que apresento a seguir em forma condensada e parafraseada.
Ao longo da costa do Japão, os cientistas estudam colônias de macacos habitantes de ilhas isoladas, há mais de trinta anos. Para poder manter o registro dos macacos, eles colocavam batatas doces na praia, para que os animas as comessem.
 Os macacos saíam das árvores para pegar as batatas e, assim, expunham-se a ser observados com total visibilidade. Um dia, uma macaca de 18 meses chamada Imo começou a lavar a sua batata no mar, antes de comê-la. Podemos imaginar que seu sabor tornava-se assim mais agradável, pois o tubérculo estava livre da areia e do cascalho e, talvez, ligeiramente salgada.
 Imo mostrou aos outros macacos de sua idade e à sua mãe como fazer aquilo; os animais jovens mostraram às próprias mães e, aos poucos, mais e mais macacos passaram a lavar as batatas em vez de comê-las com areia e tudo.
 No princípio, só os adultos que tinham imitado seus filhos aprenderam o jeito novo; gradualmente, outros também adotaram o novo procedimento. Um dia, os observadores perceberam que todos os macacos de determinada ilha lavavam suas batatas doces.
 Embora isso fosse significativo, o que foi ainda mais fascinante de registrar foi que, quando essa mudança aconteceu, o comportamento dos animais nas outras ilhas também mudou: todos eles agora lavavam suas batatas, e isso apesar do fato de que as colônias de macacos das outras ilhas não tinham tido contato direto com a primeira.
Fonte do Mito: http://www.vivenciaemcura.com.br/conteudoscomplementares/o100macaco.htm
 Leitura de apoio:
Revista  Psicanálise
Os arquétipos e o inconsciente coletivo- Jung
Fonte das Imagens:
http://boy-feelings.tumblr.com/post/6182069314/gosto-de-dormir-porque-dormir-me-faz-sonhar-e
http://ielementum.blogspot.com.br/2012/07/o-centesimo-macaco.html

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

COACHING X ZONA DE CONFORTO




Estamos quase no fim do mês de janeiro de 2013... Ainda estão bem VIVOS os pedidos, desejo, objetivos e metas que traçou para alcançar este ano? Se permitirmos, com o tempo,  apagamos (ou tornamos menos forte) o fogo de nossos desejos, pois nos acomodamos, desfocamos das prioridades e quem ainda não visitou a tal da ‘zona de conforto’ que atire a primeira pedra.
Vivemos em uma sociedade onde o comodismo e a comodidade advinda das tecnologias imperam. Lá onde tudo é automático, rotineiro e as coisas não acontecem, lá é a zona de conforto. Lá o ESFORÇO é visto com maus olhos, quase sinônimo de castigo. Enfrentar o desconhecido, a luta, o incomodo, o sofrimento, a motivação e o suor  fazem parte de outra zona: A ZONA DE APRENDIZAGEM. Quando aprendemos, suor tem gosto de sucesso. O valor que damos as coisas está atrelado ao esforço que tivemos para conquistá-las. Por isso, para ir de encontro ao seu objetivo é preciso acionar o botãozinho que existe aí, em algum lugar em você, que leva o nome de TBC segundo meu professor de Coaching Ronald Pantin (tradução: Tirar a Bunda da Cadeira).
Com certeza você tem desejos, sonhos e objetivos, certo? Sabe o caminho que deve seguir para alcançá-los? O caminho a ser seguido quase sempre parte de uma lógica: quero minha casa própria, tenho que economizar e fazer um planejamento financeiro. Mas, se é tão lógico assim, qual é a razão de haver tanta insatisfação e frustração no que se trata ao alcance do objetivo?
Você concorda que a principal razão da infelicidade ou é ausência do ‘desejar’ ou é não alcançar o que se deseja? Desenvolver liderança, emagrecer, empreender uma grande mudança na vida, um namorado (a), um carro, recolocação na carreira, evolução espiritual, o que lhe impede de alcançar o que deseja?
. Entre um ponto (A- estado em que você se encontra atualmente) e outro (B- estado desejado) há um caminho a percorrer. Caminhar exige movimento e ação. E para não se perder, o FOCO se torna ferramenta essencial. E é nessa lógica que o Coaching atua. Coaching é um processo sendo o Coach o profissional  facilitador de processos de mudanças.Coach é uma palavra inglesa de origem húngara (kocsi). Kocsi é uma cidade húngura que no século XV começou a produzir  carruagens que se tornaram cobiçadas pelo seu conforto. Levando em conta o simbolismo da palavra, Coach é o profissional que conduz o processo de Coaching (assim como a carruagem- que leva pessoas de um ponto a outro) onde a principal finalidade é auxiliar as pessoas a atingirem seus objetivos (pessoais ou profissionais) com auxílio de ferramentas específicas sempre partindo do pressuposto de que FOCO + AÇÃO= RESULTADO.
O fato é: Será que realmente você sabe o que tem que fazer para alcançar estado desejado ? E se realmente tem essa clareza, o que lhe  impede de chegar até lá (ponto B)?  Talvez a resposta para pergunta esteja na seguinte filosofia de Lao Tse (filósofo e alquimista chinês): Saber e não fazer é ainda não saber!
Há uma grande probabilidade de que o que esteja faltando seja  o FAZER, ou seja, a AÇÃO. O Coaching é conhecido com um processo de desenvolvimento pessoal (life coaching) ou profissional (executive coaching) que se embasa em ferramentas especificas onde os questionamentos, indagações, perguntas ocupam o carro chefe, pois são através delas que ‘aprendemos a aprender’, ou seja, nos tornamos conscientes de nossa força potencial e de nossos pontos a desenvolver que alimentam nossos impedimentos. Parte do pressuposto de que o foco não nos leva a lugar algum se não tivermos ação.
Sim, nesse caminho há obstáculos. A maior parte deles foi a mente humana que criou. Medo, sensação de incapacidade, de não merecer, de não conseguir são grandes obstáculos para se atingir o que se está desejando, pois estes sentimento alteram nosso FOCO, logo enfraquece nossa AÇÃO. Algumas ações simples tornam-se grandes desafios, por que alimentamos nossos monstros.  O PODER está em suas mãos. Viver no automático faz com que percamos o real objetivo de estarmos aqui. Por isso, acorde e TBC!

** Se você deseja saber mais sobre o Coaching, fique atento. Pois a CDL Cruz Alta está estruturando uma programação super legal que tem como foco principal o Coaching na Prática! Será em abril de 2013. Maiores informações: 55 3322 6184

O próximo post será continuação deste! AGUARDE!

IMAGEMS> http://lidinations.blogspot.com.br/2010/10/saia-da-zona-de-conforto.html
http://www.comediaoteca.com/2012/10/zona-de-conforto.html