Espaço para refletir, pensar juntos, elaborar e re-elaborar assuntos que permeiam a Psicologia e seu vasto universo!
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
FILTRAR...
Filtro...
Você já parou
pra pensar na função do filtro?
Filtrar a água...
Passar o café pelo filtro...
Os rins filtram o sangue...
Pra que serve o filtro?
Por que filtramos a água? Para tirar as impurezas? O mesmo faz os rins com o sangue.
E o filtro solar? Seleciona o tipo de raio que nossa pele
absorve.
E o que fica no filtro?
As ‘sujeirinhas’ da água...
A borra do café...
O que não é mais necessário...
O filtro seleciona...Separa...
"Separa o joio do trigo."
Deixar passar só o que é importante, retirar as impurezas
e ficar só com o que se precisa. Será que estamos sabendo usar nosso
filtro? Ou melhor, será que todos
temos? Acredito que ele não seja um item
de fábrica. Nós acoplamos o filtro a nós a medida que nos inserimos no
social. Pois o que seria do mundo se
fossemos somente ‘instinto’, falo e faço tudo o que vem a mente. Habitamos um
social onde nem toda a verdade deve ser dita, até por que elas mudam a todo
instante.
Nem tudo o que se pensa precisa ser dito- filtro
entre o cérebro e a boca.
Nem tudo que se sente precisa ser falado- filtro
entre o coração e a boca.
Não estou fazendo apologia ao ‘engolir sapos’, de
forma alguma. Só considero que ‘cuspir cobras e lagartos’ também não seja a
forma ideal de expressão. Em nossa sociedade “pá-pum” “tomou-levou”, “toma lá
dá cá”, as reações instintivas estão cada vez mais imediatas. Ações e reações não
estão sendo pensadas. A impulsividade toma conta. E aí que encontramos um
problema no filtro.
A liberdade de expressão e o direito de resposta
estão aí, uma grande conquista social moderna.
Mas será que estamos respeitando os limites dessa liberdade? Será que não está na hora de renovar nosso
filtro e rever nossos valores como: respeito ao outro e a diferença, prudência,
empatia (colocar-se no lugar do outro)?
E como lidar com tanta mágoa? A palavra mal colocada,
dita impulsivamente, com pressa, sem pensar pode causar danos irreparáveis a
qualquer ser humano.
Eis o grande desafio da vida: aprender a filtrar.
Saber a hora de falar e a hora de calar. E quando falar, falar da melhor forma.
Identificar o que pode causar mal a nós e aos outros. Ter sensibilidade e
consciência para dizer o que deve e pode ser dito.
domingo, 3 de fevereiro de 2013
A IMPORTÂNCIA DOS SONHOS PARA A PSICOLOGIA
Foi no século 19 que os estudos dos
sonhos se iniciaram com um caráter mais cientifico. Nessa época, Freud (médico
judeu austríaco, pai da psicanálise) afirmou que os sonhos teriam algum
significado e poderiam ser interpretados. Para, ele os sonhos satisfaziam
nossos desejos reprimidos, socialmente inaceitáveis (principalmente sexuais)
e/ou significava a necessidade de descarga de impulsos, objetivando o
equilíbrio emocional.
Já Jung (psiquiatra suíço, pai da
psicologia junguiana ou analítica, ex discípulo de Freud por justamente
discordar de algumas idéias dele) acreditava que o sonho é ‘COISA VIVA’ é
aquilo que ‘ele é’, sem disfarces. Representação espontânea do inconsciente, MANIFESTAÇÃO
DA NATUREZA EMOCIONAL EM LINGUAGEM SIMBÓLICA. Jung não descartava a hipótese de
que o sonho revelasse algum desejo secreto não aceito moralmente, mas que
também ela poderia ter outras infinitas interpretações. Segundo ele, os sonhos
podem ser feitos de verdade inelutáveis, restos diurnos, ilusões, fantasias,
sentenças filosóficas, antecipações, visões telepáticas e muitas outras coisas.
Dessa forma, o sonhador adquire os mais variados papeis dentro da cena do
sonho, de espectador a ator. Isto quer dizer que TODAS AS PERSONAGENS DO SONHO
REPRESENTAM ASPECTOS EMOCIONAIS PERSONIFICADOS DO SONHADOR (o sonho é do
sonhador, e os personagens são ele, em diferentes posições psíquicas).
Descobrir os significados dos símbolos
oníricos (dos sonhos) está longe de recorrer àqueles livros de definição de
símbolos que encontramos nas bancas de jornal.
Jung era totalmente contra a interpretação mecânica dos sonhos, pois:
o
O símbolo
geralmente tem mais de um significado
o
E o significado
de cada símbolo está muito atrelado a história de vida de cada pessoa (o trem
pode ter um significado positivo para uma pessoa e negativo para outra)..
Jung tratava os sonhos como COMUNICAÇÕES
CONTÍNUAS DO INCONSCIENTE, por isso é importante não sermos reducionistas nas
interpretações. Sonhar com cobra nem sempre quer dizer que você será traído
(como sugere os dicionários de símbolos encontrados nas bancas). A
interpretação dos sonhos deve estar sempre associada à história do sujeito e as
suas associações livres feitas em psicoterapia.
Em suas experiências clínicas, Jung
observou que os sonhos serviam de ferramenta para a busca do EQUILÍBRIO da
psique (alma), desempenhando um papel COMPENSATÓRIO. Para ele, o sonho seria uma reação de defesa
(assim como a febre é para infecção no corpo físico) com o objetivo regular/equilibrar as energias
entre o consciente e o inconsciente.
A linguagem do sonho é complexa e jamais
monótona, muita atenção quando se dispuser a interpretá-lo. Apesar de a
interpretação do sonhador ser a principal, existem no sonho ricos elementos em
múltiplos sentidos. Estes elementos
podem advir do seu inconsciente pessoal e também do inconsciente coletivo, inconsciente
que banha todos nós no seu reino das imagens arquetípicas (imagens- primordiais
e universais- comuns a todos os seres humanos, estruturas inatas incrustadas no inconsciente coletivo que
servem de matriz para a expressão e desenvolvimento da psique).
Para
entender melhor o INCONSCIENTE COLETIVO, anexo abaixo o MITO DO CENTÉSIMO
MACACO:
O Centésimo Macaco é o nome de um
novo mito. Trata-se de história que apareceu, é repetida e serviu de tema
literário apenas nos últimos vinte anos. Tem origem muito recente e, no
entanto, como os mitos gregos a respeito da Guerra de Tróia, não está claro onde
terminam os fatos e começam as metáforas. A história se baseia em observações
científicas sobre colônias de macacos no Japão. A versão mais amplamente
difundida escreveu-a por Ken Keyes Jr., que apresento a seguir em forma
condensada e parafraseada.
Ao longo da costa do Japão, os cientistas
estudam colônias de macacos habitantes de ilhas isoladas, há mais de trinta
anos. Para poder manter o registro dos
macacos, eles colocavam batatas doces na praia, para que os animas as comessem.
Os macacos saíam das árvores para
pegar as batatas e, assim, expunham-se a ser observados com total visibilidade.
Um dia, uma macaca de 18 meses chamada Imo começou a lavar a sua batata no mar,
antes de comê-la. Podemos imaginar que seu sabor tornava-se assim mais
agradável, pois o tubérculo estava livre da areia e do cascalho e, talvez,
ligeiramente salgada.
Imo mostrou aos outros macacos de
sua idade e à sua mãe como fazer aquilo; os animais jovens mostraram às
próprias mães e, aos poucos, mais e mais macacos passaram a lavar as batatas em
vez de comê-las com areia e tudo.
No princípio, só os adultos que tinham
imitado seus filhos aprenderam o jeito novo; gradualmente, outros também
adotaram o novo procedimento. Um dia, os observadores perceberam que todos os
macacos de determinada ilha lavavam suas batatas doces.
Embora isso fosse significativo, o
que foi ainda mais fascinante de registrar foi que, quando essa mudança
aconteceu, o comportamento dos animais nas outras ilhas também mudou: todos
eles agora lavavam suas batatas, e isso apesar do fato de que as colônias de
macacos das outras ilhas não tinham tido contato direto com a primeira.
Fonte do Mito: http://www.vivenciaemcura.com.br/conteudoscomplementares/o100macaco.htm
Leitura de apoio:
Revista Psicanálise
Os arquétipos e o inconsciente coletivo- Jung
Fonte das Imagens:
http://boy-feelings.tumblr.com/post/6182069314/gosto-de-dormir-porque-dormir-me-faz-sonhar-e
http://ielementum.blogspot.com.br/2012/07/o-centesimo-macaco.html
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