domingo, 7 de agosto de 2011

Relações sem fronteiras



Sou uma pessoa muito observadora. Muitos dizem que essa é uma habilidade desenvolvida pelos psicólogos. Concordo. Mas lembro de ser assim desde pequena. Hoje, observo muito e talvez mais ainda, pois a observação é uma das minhas ferramentas de trabalho. Adoro sentar num banco de praça, de rodoviária e observar as pessoas, as relações, às reações, as chegadas e partidas. E por ser assim, percebo muitas mudanças extremas nos comportamentos que me causam questionamentos a cerca das relações humanas.
Não é novidade nenhuma que as relações modernas se ‘virtualizaram’ e com isso derrubamos fronteiras. Fato positivo e evolutivo, por um lado. Pode-se se dizer que o que movimenta as relações e as trocas é a internet. Mas, por outro lado esse fenômeno pode representar da psique humana Na experiência clima me deparo com inúmeros casos de dependência química do computador. Sim, surge uma nova patologia. Atenção: os avanços tecnológicos podem nos deixar doentes.
Observando as redes sociais (facebook, Orkut, msn, dentre outras) percebo que a necessidade que as pessoas estão tendo de ‘se mostrar’ está cada vez aumentando mais. Não é a toa que muitos estudiosos nomearam nossa sociedade moderna como do ‘espetáculo’. A alta exibição de si mesmo diz respeito a uma mentalidade padronizada de que você só será alguém reconhecido se aparecer, se fizer espetáculo, se deixar uma frase de impacto, se fizer um comentário pertinente e se postar uma foto numa festa badalada. Pois a fulaninha só será ‘ALGUÉM’ se for ‘naquela’ festa com ‘aquela’ roupa. E não bastasse tudo isso, as fotos e comentários são publicados em ‘jornal virtual’, expondo mais do que sua vida social. Nesse sentido, a intimidade vai perdendo suas fronteiras, seus limites de proteção. As fronteiras se derretem e se fundem. A minha vida passa a ser a sua, pois se vou a Londres você sabe, assim como você saberá se comi pipoca num dia quente. De onde vem essa necessidade de tornar público o que é intimo? Por que as pessoas não resguardam e protegem suas coisas? E...o que se ganha com tanta exposição?
Privacidade é poder escolher. É escolher e selecionar quem terá acesso a seu EU mais íntimo. Ser livre é ter escolha. E o que se vê hoje é que o excesso de exposição está “prendendo” e mantendo reféns os indivíduos numa redoma de alienação, superficialidade e ignorância. Na sede de mostrar para o outro o meu valor, passo por cima das minhas verdades intimas do meu real humor, mascaro sentimentos para que eu seja aceito. Por que as pessoas estão tão dependentes do olhar do outro?
Ter segredos é saudável, assim como resguardar sua intimidade e manter a privacidade. Pense nisso!
Como as pessoas estão sempre em constantes transformações associadas ao social, ainda existem inúmeros questionamentos que não se esgotaram por aqui. No próximo artigo pretendo dar seqüência a essas divagações
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2 comentários:

  1. Após ter lido o texto que é a realidade mesmo.. te pergunto .. Sera q voce tambem não usa essas redes sociais
    Pq tentar dar lição de moral nos outros se vc faz igual ou pior até. rsrs

    Percebo que a necessidade que as pessoas estão tendo de ‘se mostrar’ está cada vez aumentando mais)
    faltou dizer que eu também estou nessa rsrs

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  2. Olá, Anônimo! Se falo do social com certeza falo da minha pessoa também. Este espaço foi criado para justamente isso: expressar o que percebo! Em nenhum momento me diferenciei do social e em nenhum momento desejei dar 'lição de moral'! Se fui interpretada assim e, por algum motivo, o meu artigo suscitou julgamentos errôneos, peço desculpas... Esse blog não tem o objetivo de julgar e nem de ferir ninguém!
    Grata pela sua colocação!
    Kelli Guidini

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