quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

QUEM NÃO QUER SER AMADO? Uma reflexão sobre as escolhas amorosas.


Diante da escuta na experiência clinica vejo que uma das grandes questões trazida como queixa por vários pacientes é o amor, ou seja, a escolha amorosa e seus derivados. Ficar as voltas na procura pelo amor, ou melhor, por ser amado pode ser considerado um processo sem um fim absoluto, pois o ser humano tem a extrema necessidade de ser aceito constantemente. Apesar de inúmeras pesquisas feitas não há ainda um definição consensual do que é o amor. Acredito que nunca haverá, pois cada ser tem sua definição.


A escolha do ser amado tem grande associação a nossa história de vida. Alguns procuram no amado, um pai, uma tampa para sua grande falta, um irmão, um amigo, uma máquina de elogios, uma conta corrente, etc e devido a essas necessidades, muitas vezes nos boicotamos. Quando vislumbramos somente alimentar a carência afetiva, deixamos de analisar outros aspectos importantes na relação. O amor é uma troca respeitosa, o amor é crescimento, afeto compartilhado e correspondido, o amor é positivo e propicia aprendizados e evolução do casal.


Alguns indivíduos escolhem seu amor com bastante racionalidade, ou seja, definem critérios e se baseam neles para eleger um amado: atração física e sexual,beleza estética, idade, estado civil, inteligência, etc. de certa forma os critérios não são insignificantes na escolha, eles ajudam a definir o foco conforme nossos desejos, mas estar somente embasados neles faz com que a escolha seja um estatística cientifica e não um desejo interior.


Afinal, quem não quer ser amado? Todos queremos. Mas para isso devemos pagar o preço da espera, da expectativa, das frustrações e também do esforço para manter uma relação viva regada com sentimentos verdadeiros e positivos. Mas, atenção, para quem se sente inferior, ser amado já basta (amar passa a ser artigo de luxo), não importando o que sente pelo parceiro. Como diz aquela musica do cazuza “Migalhas dormidas do teu pão, raspas e restos me interessam. Pequenas porções de ilusão mentiras sinceras me interessam”, não é a toa que o nome da musica é maior abandonado.

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