Diante da escuta na experiência clinica vejo que uma das grandes questões trazida como queixa por vários pacientes é o amor, ou seja, a escolha amorosa e seus derivados. Ficar as voltas na procura pelo amor, ou melhor, por ser amado pode ser considerado um processo sem um fim absoluto, pois o ser humano tem a extrema necessidade de ser aceito constantemente. Apesar de inúmeras pesquisas feitas não há ainda um definição consensual do que é o amor. Acredito que nunca haverá, pois cada ser tem sua definição.
A escolha do ser amado tem grande associação a nossa história de vida. Alguns procuram no amado, um pai, uma tampa para sua grande falta, um irmão, um amigo, uma máquina de elogios, uma conta corrente, etc e devido a essas necessidades, muitas vezes nos boicotamos. Quando vislumbramos somente alimentar a carência afetiva, deixamos de analisar outros aspectos importantes na relação. O amor é uma troca respeitosa, o amor é crescimento, afeto compartilhado e correspondido, o amor é positivo e propicia aprendizados e evolução do casal.
Alguns indivíduos escolhem seu amor com bastante racionalidade, ou seja, definem critérios e se baseam neles para eleger um amado: atração física e sexual,beleza estética, idade, estado civil, inteligência, etc. de certa forma os critérios não são insignificantes na escolha, eles ajudam a definir o foco conforme nossos desejos, mas estar somente embasados neles faz com que a escolha seja um estatística cientifica e não um desejo interior.
Afinal, quem não quer ser amado? Todos queremos. Mas para isso devemos pagar o preço da espera, da expectativa, das frustrações e também do esforço para manter uma relação viva regada com sentimentos verdadeiros e positivos. Mas, atenção, para quem se sente inferior, ser amado já basta (amar passa a ser artigo de luxo), não importando o que sente pelo parceiro. Como diz aquela musica do cazuza “Migalhas dormidas do teu pão, raspas e restos me interessam. Pequenas porções de ilusão mentiras sinceras me interessam”, não é a toa que o nome da musica é maior abandonado.
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