sexta-feira, 16 de agosto de 2013

PARADA para PENSAR sobre SI

Você já PAROU PARA PENSAR que são nos momentos de espera que ou observamos e refletimos sobre a vida alheia (julgamos também) ou adentramos nosso mundo interior?
Convido você a sentar num banco de rodoviária ou da praça, parar no semáforo, ficar numa fila de banco... PARADAS obrigatórias (somos obrigados a parar) para nos colocar no lugar do outro ou julgá-lo. Até então, olhamos para fora, tarefa menos árdua do que olhar pra dentro. 
Jung (psiquiatra e psicoterapeuta suíço fundador da psicologia analítica ou junguiana) já dizia ‘quem olha pra fora sonha, quem olha pra dentro ACORDA!’ Ouvindo meus pacientes e vivenciando o meu próprio processo, acredito que uma das paradas que causa mais ‘turbilhão interior’ é na sala de espera da terapia.  Já ouvi muitas vezes: “estava ali na sala de espera e fiquei pensando...”
São naqueles minutinhos (às vezes, segundos) que antecedem a sessão que vários questionamentos povoam nossa mente: O que eu vou falar sobre mim? Como estou? Como gostaria de estar? Estou agindo certo? Vou falar de novo a mesma coisa, não saí do lugar? Ainda não conseguir resolver isso ou aquilo? Por que sou assim? De repente: a (o) terapeuta chama seu nome e o que você vai falar na sessão nem sempre tem relação com toda aquela tempestade mental, mas você RECOBROU A CONSCIÊNCIA sobre si mesmo. E é na sessão de terapia que o caos se torna cheio de significado. Como dizia Marrion Woodman (analista junguiana canadense): “a consciência nem sempre resolve o problema, mas torna o sofrimento significativo”.
Você percebe como a correria do dia a dia nos impede de pensar em nós? Ela é uma grande aliada para nosso raso autoconhecimento, ou seja, CONSCIÊNCIA sobre nós, nossos comportamentos, sentimentos e pensamentos. Aliás, ela está sempre no primeiro lugar do hanking de ‘motivos (ou desculpas) para não fazer terapia’: falta de tempo.  Sabemos, na verdade, que a falta de tempo mascara uma grande resistência que a grande maioria das pessoas tem de mergulhar nesse mar profundo feito de si mesmo, ora obscuro e sombrio, ora límpido.
Eis a grande questão: É necessário OBRIGAÇÃO para parar e pensar em si? Enquanto elas forem externas (esperas na rodoviária, praça, semáforo, terapeuta, etc) está tudo bem. E quando forem paradas causadas pelo corpo devido ao stress, doenças psicossomáticas, depressão, estafa, colapso? Mais cedo ou mais tarde você será ‘obrigado’ a parar e rever sua atuação na vida. Então, que não precisemos de um grande alerta para ouvirmos a nós mesmo.

Não seja obrigado, faça escolhas! Reserve um tempo para si. A psicoterapia é um lugar de escuta, onde você ESCOLHE parar para analisar como está conduzindo sua vida. Podemos nos ouvir também em uma atividade física feita com consciência, meditação e em momentos de silencio interior.  A dica é: independente de fazer ou não terapia, se coloque na sua agenda!