quinta-feira, 23 de junho de 2011

CRIANÇAS AGRESSIVAS



A agressividade é caracterizada como uma emoção com peso negativo para todos nós. Desde pequenos, aprendemos a guardá-la e esconde-la, para sermos aceitos pelo mundo. Pois é fato que as pessoas se afastam de quem é agressivo, por medo ou intolerância.
A realidade é que todos nós, seres humanos mortais e imperfeitos, carregamos em nossa bagagem emocional o bem e o mal. Para que nossa vida psíquica esteja saudável temos que equilibrar essas bagagens internas. Portanto, não devemos ver a agressividade somente como negativa, pois, por ser um instinto, muitas vezes ela se faz necessária.
Nas crianças, esse descontrole emocional pode ter inúmeras causas. Freqüentemente os sinais de hostilidade são interpretados pelos pais como algo absurdo e descabido. Nesses momentos, é preciso ter tato e sabedoria para compreender o que as crianças estão querendo ‘FALAR’ com a agressividade, pois ela pode estar mascarando outras emoções.
É um funcionamento comum a infância o que os psicólogos nomeiam ‘a passagem ao ato’, ou seja, aquilo que a criança não consegue simbolizar com a linguagem vai fazer tornar real pelo ato ou ação. Conforme estudos, é na idade pré-escolar onde a agressividade fica mais forte. Período onde as emoções apresentam-se ainda não organizadas, não ‘digeridas’ e compreendidas.
Por isso, comportamentos agressivos podem ser considerados normais na infância. Mas, se os episódios agressivos se tornarem freqüentes deve-se investigar se não se trata de uma forma da criança chamar atenção sem a devida compreensão e acolhida dos pais. Nessas situações torna-se fundamental questionar a criança sobre seus sentimentos: O que você está sentindo? Por que está fazendo isso? Por que está assim? Quer conversar? Ouça o que eu ela tem a dizer mesmo que você não entenda suas razões. Apesar de ser bastante difícil, é de suma importância que adulto mantenha a calma frente aos descontroles emocionais, pois aqui vale aquela máxima: violência gera violência. Inclusive, o ambiente é um dos fatores desencadeantes da agressividade negativa. Um ambiente muito agitado, estressante, desorganizado, muito exigente pode a vir desestruturar o emocional infantil.
Os limites devem ser constantes e coerentes. Os pais devem entrar num consenso de regras, pois a criança consegue identificar as contradições, a desorganização e a ineficácia da sistemática adotada. Isso é um ‘prato cheio’ para que ela continue a se rebelar contra leis vulneráveis e que mudam a todo o momento.
Ensinar a controlar a agressividade incentivando a criança falar sobre suas frustrações, mágoas, raiva, medo e tristezas é um grande desafio para pais e educadores. É preciso evidenciar a importância da disciplina, mas isso só irá acontecer se a criança confiar no olhar e nas ações dos seus responsáveis. Sempre que a criança conseguir controlar seu instinto agressivo é importante reconhecer e até elogiar, pois não é novidade que um elogio é suficiente para promover e manter bons comportamentos.